Frustração e irritação descrevem o estado de espírito dos 400 jovens que participam nesta semana de um evento preparatório oficial para a COP26, em Milão. A gota d’água foi nesta 5ª feira (30/9), quando alguns participantes foram detidos pela polícia italiana durante um protesto pacífico na cidade. Eles foram liberados em seguida, mas a ação policial deixou os ânimos exaltados.
“Eles [policiais] não podem nos dividir entre participantes e não-participantes, em ativistas que podem entrar e falar com líderes internacionais e aqueles que não podem fazê-lo”, criticou a ativista Martina Comparelli em coletiva de imprensa ao lado de Greta Thunberg e Vanessa Nakate, do Fridays for Future. “Ativistas estão sendo parados porque estão carregando cartazes de papelão”. A Associated Press deu mais detalhes.
Por outro lado, políticos tentaram contemporizar a situação e mostrar boa vontade na conversa com a juventude em Milão. O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, recebeu as ativistas do FFF e prometeu que as demandas dos jovens serão ouvidas e levadas para as negociações climáticas na COP26. Já o premiê britânico Boris Johnson reconheceu que a juventude “tem todo o direito de estar com raiva” dos mais velhos por conta da crise climática. “Os jovens já estão pagando o preço das ações imprudentes dos mais velhos”, disse Johnson. BBC e Reuters abordaram essa notícia. A Reuters também destacou o protagonismo recente da juventude no debate político sobre o clima.
Em tempo: O Observatório do Clima e a rede LACLIMA publicaram um ótimo guia informativo e explicativo sobre o Acordo de Paris e os principais pontos e problemas das negociações climáticas para a COP26. Para quem estiver perdido – ou perplexo, como a própria publicação diz -, é uma leitura imperdível.
ClimaInfo, 1º de outubro de 2021.
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