Às vésperas da COP, a China apresenta plano climático quase inalterado

25 de outubro de 2021

Os chineses confirmaram a promessa do presidente Xi Jinping no ano passado de perseguir a neutralidade de carbono até 2060 e atingir o pico de emissões até 2030. Mas logo na abertura, o documento diz que busca o equilíbrio entre desenvolvimento e redução de emissões, entre imperativos globais e locais e entre considerações de curto e de longo prazo. As duas principais metas numéricas para 2025 seguem as mesmas: reduzir o consumo de energia por unidade de PIB em 13,5% e reduzir as emissões, também por unidade de PIB, em 18%, ambas relativas a 2020. E, até lá, as fontes não-fósseis suprirão 20% da demanda de energia. Até 2030, elas suprirão 30% da demanda. Um dos pontos que chamam a atenção é o documento se referir à neutralidade de carbono, que diz respeito apenas às emissões e remoções de CO2, não incluindo os outros gases de efeito estufa. Outro ponto é que, de um lado, esta neutralidade será atingida até 2030. Mas, de outro, o documento diz que as fontes não fósseis responderão por, no mínimo, 80% da demanda. Para compatibilizar as duas, terão que remover muito dióxido de carbono da atmosfera.

A notícia saiu na Bloomberg, CNN, Independent, Sky e na Reuters.

A China é cada vez mais o maior emissor do planeta. A Bloomberg deu uma longa matéria a respeito. Por exemplo, as emissões chinesas de CO2 em 2019 foram praticamente as mesmas dos 4 países seguintes na classificação (EUA, Índia, Rússia e Japão). A maior corporação siderúrgica do mundo, a China Baowu, emitiu mais CO2 em 2019 que países como o Paquistão.

Em tempo: Reduzir emissões é especialmente desafiador em países onde usinas a carvão têm peso na matriz elétrica, como muitas nações do Sul e do Sudeste da Ásia. A SCMP deu uma matéria sobre o difícil caminho que o Vietnã terá que percorrer para se descarbonizar. Ela aponta que os maiores consumidores de eletricidade são as indústrias que mais riqueza trouxeram ao país: a manufatura e a construção. Mexer na matriz significa mexer diretamente no PIB.

O Brasil tem a dupla moleza de uma matriz elétrica menos fóssil e, acabando com o desmatamento, cortar pela metade suas emissões, sem impactar o PIB.

 

ClimaInfo, 26 de outubro de 2021.

Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.

Continue lendo

Assine nossa newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Glossário

Este Glossário Climático foi elaborado para “traduzir” os principais jargões, siglas e termos científicos envolvendo a ciência climática e as questões correlacionadas com as mudanças do clima. O PDF está disponível para download aqui,
1 Aulas — 1h Total
Iniciar