ONU pede regras mais sólidas para transição verde do setor financeiro do G20

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A 16ª cúpula do G20, grupo das 20 economias mais ricas do mundo, acontece neste final de semana em Roma, na Itália. Para muitos líderes internacionais, o encontro servirá como um aperitivo à COP26, que começa logo em seguida em Glasgow. Não à toa, parte importante da agenda da reunião está tomada pela questão climática e pela urgência das principais economias globais intensificarem esforços para combater o aquecimento do planeta.

Ontem (27/10), o braço financeiro do PNUMA (UNEP-FI) apresentou uma análise aos países do G20, com recomendações para compromissos viáveis de neutralidade climática de instituições financeiras. De acordo com o UNEP-FI, os formuladores de políticas públicas nos países mais ricos do mundo precisam considerar maneiras mais efetivas para supervisionar as contribuições do setor financeiro para os esforços climáticos nacionais e internacionais. A principal preocupação é com a proliferação de compromissos corporativos puramente artificiais, sem qualquer lastro científico ou transparência sobre as metas, ações e cronogramas de trabalho.

“O objetivo dessas recomendações não é apenas apoiar as instituições financeiras a atingirem o valor líquido zero com credibilidade, mas também catalisar mudanças na economia real. Na ausência de uma estrutura acordada globalmente, os líderes voluntários estão fazendo progresso. No entanto, gostaríamos que todos os bancos, seguradoras e investidores adotassem as recomendações com o apoio dos membros do G20”, disse Eric Usher, chefe do UNEP-FI. A Reuters também repercutiu a notícia.

Ainda sobre o G20, Assis Moreira elencou no Valor outros temas na pauta dos chefes de estado em Roma – em particular, as disrupções nas cadeias globais de fornecimento e o aumento do preço dos combustíveis fósseis no último ano, que vêm causando problemas de abastecimento em diversos mercados. Teme-se que a crise energética acabe se sobrepondo nas discussões em detrimento da questão climática, com atrasos nos planos para transição limpa no setor energético global.

 

ClimaInfo, 28 de outubro de 2021.

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