China, entre as pressões energéticas e a ambição climática

China metas climáticas

A China confirmou nesta 5ª feira (28/10) que as metas previstas pelo país em sua NDC para o Acordo de Paris não serão modificadas, jogando um balde de água fria em quem esperava por novos compromissos do governo de Xi Jinping antes da COP26. Especialistas ouvidos pelo Climate Home sinalizaram que a crise energética pela qual o país atravessa nos últimos meses “freou” o ímpeto da ação climática do governo chinês.

De acordo com a meta confirmada por Pequim, os chineses se comprometeram a atingir o pico de suas emissões de gases de efeito estufa antes de 2030 e reduzir a intensidade de carbono por unidade de seu PIB em mais de 65% em relação aos níveis de 2005. Além disso, a China também sinalizou a pretensão de atingir a neutralidade climática de suas emissões até 2060, uma década depois do prazo definido pela maioria dos países que se comprometeram com esse tipo de meta.

O principal obstáculo para uma redução substancial das emissões chinesas é a dependência do país do consumo de carvão em sua matriz energética. No último ano, o governo de Xi flexibilizou restrições para a construção de novas usinas termelétricas a carvão com o objetivo de garantir energia barata para a retomada econômica pós-pandemia. O problema é que o reaquecimento da economia global nos últimos meses pressionou a indústria chinesa, aumentando a demanda por energia. Isso causou problemas de abastecimento elétrico em diversos centros industriais do país, com reflexos nas cadeias globais de insumos e produtos manufaturados.

Bloomberg, NY Times e Wall Street Journal também destacaram as dificuldades econômicas dos chineses e seus reflexos na ambição e na ação do país contra a crise climática.

 

ClimaInfo, 29 de outubro de 2021.

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