No entender de cientistas, a COP26 não converteu os sucessivos recados da ciência sobre o agravamento da crise climática em ações políticas decisivas e urgentes. Ehsan Masood e Jeff Tollefson, na Nature, refletiram as opiniões de pesquisadores em relação a Glasgow.
Niklas Hoehne, da universidade holandesa de Wageningen, disse que a COP diminuiu a distância, mas não resolveu o problema. Faltou ambição para se reduzir emissões e ainda se está longe de uma ajuda decisiva para os países mais vulneráveis. Sara Ahmed, pesquisadora que apoia o V20 – os 20 mais vulneráveis – disse que a mensagem da COP é “cada um por si”.
Em relação a um dos pontos ditos de sucesso, a aprovação dos mecanismos de mercado para a cooperação entre países, foi vista com cautela. Jennifer Corpuz, defensora do Povo Igorot das Filipinas, diz que a implantação desses mecanismos precisará ser vigiada de perto “pois as referências aos Direitos dos Povos Indígenas são relativamente fracas”.
Na Science Progress, um grupo de cientistas publicou uma carta com recomendações de ações prioritárias e de alocação de recursos para se evitar os piores cenários. Eles entendem que os maiores desafios não são técnicos, mas, sim, políticos, econômicos, sociais e comportamentais. A Folha comentou a carta.
ClimaInfo, 17 de novembro de 2021.
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