Países fracassaram em atingir metas de bem-estar sem colocar o planeta em risco nos últimos 30 anos, dizem cientistas

bem-estar sustentabilidade

Nenhum país do mundo conseguiu atender às necessidades sociais básicas de sua população nas últimas três décadas sem causar pressão adicional sobre o suprimento de recursos naturais da Terra. Esta é a conclusão de um novo estudo publicado nesta semana na Nature Sustainability, que analisou dados relativos ao bem-estar social de 148 países e seu impacto sobre os limites ecológicos do planeta Terra.

O balanço não surpreende: por um lado, os países desenvolvidos conseguiram prover padrões de vida mais elevados para sua população nos últimos 30 anos, mas na base do “cheque especial” em sua conta de recursos naturais; por outro, os países pobres tiveram mais dificuldades para prover condições de vida confortáveis para seus cidadãos, mas ficaram no azul na conta ecossistêmica. Em suma, a intensificação da crise ambiental e climática neste começo de século estaria mais associada ao uso desmedido de recursos naturais pelas nações ricas do que pelo crescimento econômico e/ou demográfico dos países mais pobres.

Ao Guardian, o cientista Andrew Fanning, principal autor do relatório e pesquisador da Universidade de Leeds (Reino Unido), assinalou para uma tendência preocupante identificada nesta análise. “Descobrimos que os países tendem a ultrapassar suas partes justas das fronteiras planetárias mais rapidamente do que atingem os limites sociais mínimos”, apontou.

 

ClimaInfo, 19 de novembro de 2021.

Clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.