O negacionismo climático na caserna bolsonarista

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A “conversão” de Jair Bolsonaro e seu governo à gravidade da crise climática é tão verdadeira quanto uma inflação de um dígito no Brasil de 2021. Isso é nítido em um dos principais setores que compõem a base do governo em Brasília – as Forças Armadas.

No Estadão, Marcelo Godoy abordou como as ideias negacionistas continuam tendo força ideológica dentro de alguns ambientes militares, em particular no Instituto Villas Bôas, criado pelo ex-comandante do Exército e bolsonarista de carteirinha Eduardo Villas Bôas. Em agosto passado, a entidade organizou um evento com notórios negacionistas da ciência climática que contou com a presença lustrosa do general e vice-presidente Hamilton Mourão.

A lorota anticiência recicla idiotices antigas, conservadas pelas viúvas da ditadura militar, misturadas com estupidez importada da extrema direita norte-americana. Para Villas Bôas, uma figura ainda importante dentro no generalato atual, temas como mudança do clima e direitos indígenas são apenas “formas contemporâneas de imperialismo, movidas pelo grande capital, corporações, organismos internacionais e as ONGs”.

Enquanto Villas Bôas viaja na maionese conspiracionista, Mourão precisou encarar a realidade da devastação florestal na Amazônia, destacada na semana passada com os mais recentes dados do PRODES. Nesta 2ª feira (22/11), o general-vice afirmou que, em face à alta de 22% na taxa de desmatamento, o governo “manterá a pressão” contra os criminosos ambientais por meio de operações de fiscalização. Ele também defendeu outros tipos de ações, como a regularização fundiária e o pagamento por serviços ambientais, para enfrentar o problema. g1 e Metrópoles deram a notícia.

Na mesma linha, o ministro Joaquim Leite reconheceu que o desmatamento é uma das “fragilidades” mais graves da gestão ambiental no Brasil. “Nossa matriz energética não é um problema, nossa agricultura também não, nem o metano. Nossa fragilidade é o desmatamento e crimes ambientais na Amazônia”, disse em entrevista ao Estadão. O UOL também repercutiu a fala do ministro.

 

ClimaInfo, 23 de novembro de 2021.

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