Estudo: mudança do clima está afetando dinâmica de reprodução e relacionamento dos albatrozes

albatroz

Não está fácil nem para os albatrozes. As simpáticas aves marítimas, comuns em ilhas e regiões costeiras, estão tendo dificuldades para se manter “fiéis” aos seus parceiros. O motivo? A crise climática. Essa é a conclusão de um novo estudo publicado nesta semana na revista científica britânica Royal Society que analisou a interação de mais de 15 mil casais de albatrozes nas Ilhas Malvinas/Falklands por 15 anos.

Em geral, os albatrozes costumam ser monogâmicos – ou seja, têm parceiros de reprodução estáveis que os acompanham até o final da vida. A taxa histórica de “traição” é baixa, de apenas 1%. No entanto, em áreas com registro de aumento de temperatura da água, essa taxa subiu para 8%.

Mas o que o clima tem a ver com isso? O aquecimento do mar força os albatrozes a passarem mais tempo voando em busca de comida em locais mais distantes de seus ninhos. Isso pode estar afetando a dinâmica de relacionamento desses pássaros, favorecendo as “traições” e, por tabela, o “divórcio” dos casais.

Outra hipótese que também envolve a questão climática é um possível desequilíbrio hormonal causado pelo estresse, que se intensifica em ambientes mais hostis (leia-se águas quentes, onde a comida é mais difícil de ser encontrada).

O resultado disso é visível nas estimativas de população de albatrozes: dados de 2017 indicam que o número de casais reprodutores diminuiu pela metade desde os anos 1980.

O estudo teve amplo destaque na imprensa, com matérias em veículos como BBC, Guardian, Independent, Nature, Scientific American e Washington Post, entre outros.

 

ClimaInfo, 26 de novembro de 2021.

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