Em meio à seca, governo Bolsonaro deixa à míngua programa de cisternas no Nordeste

Programa Cisternas

Um dos projetos sociais mais celebrados do Brasil nas últimas décadas, o Programa Cisternas sofre com cortes no orçamento que causaram uma derrubada no número de instalações antisseca no sertão nordestino nos últimos anos. Isso acontece no pior momento possível, em meio à intensificação da seca e o avanço da desertificação em parte do Semiárido. Lucas Altino detalhou a situação n’O Globo: a estimativa de entrega de cisternas em 2021 é de apenas 3 mil, o menor número desde o começo do programa, em 2003.

Para efeito de comparação, o programa foi responsável pela instalação de 149 mil cisternas apenas em 2014, auge da série histórica. Assim, o número de cisternas instaladas neste ano representa uma redução de 98% em relação aos índices de sete anos atrás. A queda é reflexo direto da diminuição do orçamento do programa: em 2021, apenas R$ 728,7 mil foram despendidos na iniciativa, valor 97% menor que os R$ 30 milhões pagos no ano passado (que já havia sido o pior resultado desde 2003), e 99,9% menor que em 2011, quando houve o recorde de R$ 642 milhões.

Outro levantamento d’O Globo mostrou que a miséria orçamentária no governo Bolsonaro é disseminada nas áreas de meio ambiente, combate à violência contra a mulher e reforma agrária. Entre as ações com baixa execução orçamentária na área ambiental, destacam-se reforma agrária e regularização fundiária (apenas 4,01% de execução), monitoramento ambiental e gestão de informações sobre meio ambiente e educação ambiental (36,54%), e controle e fiscalização ambiental (60,11%).

 

ClimaInfo, 7 de dezembro de 2021.

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