Demanda em alta pressiona preços internacionais da energia, diz Agência internacional de Energia

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Na sexta (14/1), o relatório anual de eletricidade da Agência Internacional de Energia (IEA) confirmou que 2021 teve o maior aumento já registrado – 6% ou 1500 terawatt-hora – na demanda por energia elétrica, levando a uma intensa volatilidade no mercado.

Segundo o documento, apesar da tendência de aumento ter sido causada pela recuperação da economia global após o primeiro ano da pandemia, esta deve se prolongar por mais 3 anos. Neste caso, é certo que haverá um recorde de poluição pelo uso de termelétricas fósseis, e adicionalmente a energia cara se tornará uma importante fonte de tensão social.

Este cenário só pode ser evitado se os países fizerem mais e mais rapidamente em favor da transição energética, mudando de maneira radical a forma como a energia é produzida, alerta a Agência. “Picos acentuados nos preços da eletricidade nos últimos tempos têm causado dificuldades para muitas residências e empresas em todo o mundo e correm o risco de se tornar um motor de tensões sociais e políticas”, disse o diretor executivo da AIE, Fatih Birol, ao Guardian.

A Reuters também dá destaque aos cenários projetados pela publicação, e destaca que a China foi responsável sozinha por cerca de metade deste crescimento, com salto de 10% no consumo em relação a 2020. China e Índia sofreram blecautes no segundo semestre do ano porque o fornecimento de carvão não acompanhou a demanda em suas centrais elétricas, levando a uma desaceleração econômica na Ásia.

No Reino Unido, os preços do mercado de eletricidade atingiram níveis recordes devido à ainda forte dependência de usinas a gás natural – responsável por quase metade do mix de eletricidade britânico. Uma crise global no fornecimento de gás provocou preços recordes em toda a Europa em 2021.

Em tempo: No dia seguinte ao lançamento do relatório anual de eletricidade da IEA, a Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) publicou uma avaliação prevendo que a geopolítica do petróleo e do gás, na qual os países produtores têm o poder de influenciar os preços, diminuiria à medida que os novos combustíveis, incluindo o hidrogênio, se tornem mais dominantes. “Mas o hidrogênio não é um novo petróleo”, adverte Francesco La Camera, Diretor Geral da IRENA. “A transição não é uma substituição de combustível, mas uma mudança disruptiva para um novo sistema político, técnico, ambiental e econômico”. O FT deu destaque às conclusões da publicação.

 

ClimaInfo, 17 de janeiro de 2022.

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