As cidades brasileiras precisam se preparar e adaptar suas infraestruturas urbanas para prevenir desastres oriundos das mudanças climáticas, como enchentes e secas. Dados para isto existem, como comentam especialistas no Estadão, mencionando os do CEMADEN (Centro Nacional de Alerta de Desastres Naturais). Entretanto estas informações ainda são pouco usadas.
Além disto, atrapalham aqueles que ainda negam o que está diante dos seus olhos, como no filme “Não olhe para cima”. O professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Nabil Bonduk, em artigo para a Folha de S. Paulo, faz uma analogia entre os personagens do filme e aqueles que ainda não correlacionam as mudanças climáticas como os desastres das enchentes e deslizamentos na Bahia e em Minas Gerais, ou com o calor e seca do sul do Brasil e na Argentina: “Está claro que sem alterar o atual modelo de desenvolvimento econômico, particularmente os relacionados com o agronegócio e a mineração, onde o lucro imediato está em primeiro lugar, assim como o padrão insustentável de ocupação do solo urbano, eventos e tragédias como estão ocorrendo no Brasil e na Argentina serão cada vez mais frequentes”.
Ainda sobre a vulnerabilidade da infraestrutura às mudanças climáticas, o Valor Econômico registra que os portos brasileiros que são os mais ameaçados também são os que menos fizeram ações de adaptação. Segundo dados do diagnóstico “Impactos e Riscos da Mudança do Clima nos Portos Públicos Costeiros Brasileiros” existe uma lacuna na gestão de risco de 21 portos por não incluir a variabilidade climática em suas ações e planejamentos. Santos (SP), Aratu-Candeias (BA) e Rio Grande (RS) são os três portos que correm riscos de vendavais, tempestades, aumento do nível do mar, entre outras consequências.
ClimaInfo, 18 de janeiro de 2022.
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