Desigualdade mata

desigualdade

maIsso representa uma pessoa a cada quatro segundos, como noticiou Daniela Chiaretti, no Valor.

O estudo foi elaborado para embasar os debates do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, – cujo encontro presencial foi adiado para junho, devido ao surto de ômicron.

A Oxfam admite que a conta é até conservadora e se baseia nas mortes globais provocadas pela falta de acesso à saúde pública, associada a fatores como violência de gênero, fome e crise climática. Mulheres pretas são as mais afetadas.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, enquanto a renda de 99% da população do planeta se reduziu, empurrando mais de 160 milhões para a pobreza, o mundo ganhou um novo bilionário a cada 26 horas. Para a turma do quanto pior melhor, a pandemia foi sucesso. A fortuna das dez pessoas mais ricas do mundo mais do que dobrou, totalizando US$ 1,5 trilhão.

O Brasil, país mais desigual do mundo, não ficou para trás. Ganhou 10 novos bilionários, e a riqueza dos 55 mais abastados chegou ao patamar de US$ 176 bilhões – quase seis vezes mais do que os gastos totais do governo federal para manter o país ao longo de 2021 (somados os créditos extraordinários).

Em entrevista ao O Globo, Katia Maia, diretora-executiva da Oxfam Brasil disse que “se os dez homens mais ricos do mundo perdessem 99,99% de sua riqueza amanhã, eles continuariam mais ricos do que 99% de todas as pessoas do planeta. Eles têm hoje seis vezes mais riqueza do que os 3,1 bilhões mais pobres do mundo”. O relatório está disponível aqui.

Enquanto isso, vozes que se erguem contra as injustiças e contra os desmandos rumo à destruição ambiental continuam sendo caladas na América do Sul. Notícia publicada ontem (17/01) no site do movimento Justice for Colombia denunciou a morte de um jovem ativista climático de apenas 14 anos. Ele pertencia à etnia Nasa, e o confronto ocorreu na região conhecida como Norte de Cauca, na Colômbia. Os disparos teriam sido realizados por grupo armado. Além do jovem Breiner Davi C. López, foi assassinado também Guillermo Chicame Ipia. Outros ativistas ficaram feridos nos ataques, de acordo com relatos do site do CRIC (Conselho Regional Indígena de Cauca).

A Colômbia é um dos países mais violentos contra ativistas ambientais. Só em 2020, 65 deles perderam a vida naquele país. Dados da ONG de Direitos Humanos Indepaz revelam que já ocorreram seis massacres apenas nas primeiras semanas deste ano na Colômbia.

 

ClimaInfo, 18 de janeiro de 2022.

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