“Veja o que eu falo, não o que faço”: o greenwashing da ExxonMobil

19 de janeiro de 2022
ExxonMobil greenwashing

A petroleira americana ExxonMobil, que estava, desde 2021, sinalizando sua estratégia de reduzir a intensidade dos gases de efeito estufa, como destacou o Valor, que vai reduzir a zero suas emissões líquidas de carbono até 2050, nas operações globais. A empresa, que está sendo processada por sua história de negacionismo e de tentativas de esconder seu papel na crise climática, agora quer pegar carona na onda do net-zero para não ficar mal na foto frente às principais concorrentes, que já anunciaram seus planos de descarbonização. O que, à primeira vista, parece boa notícia para os desavisados, trata-se, na verdade, de mais um caso clássico de greenwashing. A redução das emissões se restringe às operações em si, e não às milhares de toneladas de combustíveis fósseis decorrentes da queima dos seus produtos nos tanques de combustíveis dos seus clientes finais, segundo o Wall Street Journal. A estratégia, com cheiro e digitais de petróleo por todos os lados, foi noticiada também por Financial Times, Bloomberg e Reuters.

O Guardian adotou um tom crítico ontem, denunciando uma manobra judicial da ExxonMobil para tentar intimidar e atingir seus críticos. Apesar de estar sendo processada na Califórnia, a gigante do petróleo está pedindo à Suprema Corte do Texas que possa usar uma lei conhecida como regra 202 para atingir e intimidar seus críticos. A alegação é que as ações judiciais contra a petroleira, por seu papel no agravamento da crise climática, violam “as garantias de liberdade de expressão da Constituição dos Estados Unidos” e também “a soberania do Texas, onde a empresa está sediada”.

Em tempo 1: Os preços do petróleo atingiram o maior patamar desde 2014. A alta foi impulsionada por apostas de que a demanda poderá superar a oferta já neste ano. Esse cenário, se confirmado, terá impacto direto na inflação mundial, com novas altas. A informação foi noticiada pelo Financial Times e pelo Valor.

Em tempo 2: O governo do Peru isolou três praias da província de Callao, que foram prejudicadas por vazamentos de petróleo ocorrido no último sábado (15/1). A multa para o responsável pelo derramamento de petróleo poderá chegar a US$ 34,5 milhões. O vazamento é atribuído a ondas incomuns decorrentes do tsunami em Tonga, após a erupção de um vulcão submarino. Ao todo, três quilômetros de praias foram contaminados. A biodiversidade sofreu danos graves que poderão, inclusive, afetar a saúde da população, de acordo com o ministro do Meio Ambiente, Rubén Ramirez. O caso foi noticiado na Reuters e no O Globo.

 

ClimaInfo, 19 de janeiro de 2022.

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