Chuvas causam destruição e mortes no sul da África

chuvas África do Sul

O ciclone Ana atingiu a África nesta segunda (24/1) causando ao menos quatro mortes no Malawi e em Moçambique. Em Madagascar, o ciclone elevou o número de mortos pelas fortes chuvas recentes para 34 e desalojou mais de 55 mil pessoas. Em Moçambique, a estimativa é de meio milhão de pessoas afetadas. No Malawi, 16 mil.

Ontem, apenas 30% da capacidade instalada de geração de eletricidade no Malawi estava disponível, de acordo com a empresa de eletricidade EGENCO. A empresa informou que a estrutura da barragem da usina hidrelétrica de Kapichira foi parcialmente destruída.

Enquanto isso, em apenas uma área do condado de Marsabit, no norte do Quênia, pastores perderam cerca de 20.000 cabras e ovelhas para as chuvas. Partes de Marsabit tiveram 90 mm de chuva em apenas um dia na semana passada – quase o dobro da quantidade diária classificada como chuvas fortes, de acordo com o Departamento Meteorológico do Quênia. As inundações vieram na sequência de uma seca que transcorreu de outubro a dezembro, deixando o chão ressecado e enfraquecendo os rebanhos – além de deixar mais de 2 milhões de pessoas na região lutando para encontrar o suficiente para comer. Foi a terceira temporada consecutiva de chuvas fracas no leste e norte do Quênia, onde o pastoreio é a principal fonte de renda.

Especialistas dizem que as mudanças climáticas devem aumentar a frequência e a gravidade destas secas. Da mesma forma, as fortes tempestades que têm atingido o sul da África nos últimos anos devem piorar à medida que as águas dos oceanos esquentam devido à emergência climática. O caos climático na África foi noticiado pelo Guardian, Reuters aqui e aqui, pela AP aqui e aqui, e pela Bloomberg.

Do lado de cima do Equador, as coisas não estão melhores: O Globo publicou o vídeo do momento em que um tornado de neve atingiu uma ilha grega no mar Egeu. A Reuters descreveu o caos em aeroportos e estradas na Grécia e na Turquia, onde milhares ficaram presos por causa do mau tempo.

Em outra matéria, a Reuters relatou o sofrimento em um campo de refugiados no nordeste da Síria, na fronteira com a Turquia, onde foram alojadas 3 milhões de pessoas por conta da guerra civil no país. As barracas não protegem contra o frio e tentativas de instalar algum esquema de aquecimento nelas tem levado a acidentes fatais. A última nevasca fez com que o peso da neve derrubasse muitas barracas. A água também se infiltrou por baixo delas.

Em toda a região, o abastecimento de alimentos e os serviços de saúde foram interrompidos e os trabalhadores humanitários estão lutando para chegar a alguns dos 300 locais mais afetados.

 

ClimaInfo, 26 de janeiro de 2022.

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