Demanda crescente por fósseis coloca em risco a transição energética

demanda fóssil

Os preços do petróleo e do gás natural dispararam no ano passado devido à combinação da retomada da economia e de estoques baixos de combustíveis fósseis. 2021 começou com o preço do barril por volta de US$ 50; chegando nesta semana às proximidades dos US$ 90.

A tensão com a Rússia por conta da Ucrânia ajuda a manter esses preços altos. Há, assim, o risco de que esses preços façam com que investidores voltem a incentivar a busca por mais poços.

Como contraponto, o Carbon Tracker divulgou um trabalho mostrando que o que hoje parece ser uma oportunidade de investimento, corre o risco de, em breve, se tornar um ativo encalhado (stranded asset). No cenário base do trabalho, a demanda por fósseis cresce um pouco na primeira metade desta década para, em seguida, começar a cair vertiginosamente. Estima-se que há um risco de meio trilhão de dólares serem investidos nessa armadilha. Vale a leitura dos comentários do próprio pessoal do Carbon Tracker e os do Guardian.

Em tempo: A Bloomberg olha para os investimentos em renováveis que chegaram a US$ 755 bilhões no ano passado, um aumento de quase 30% em relação a 2020. Quase metade disto foi investido em projetos de energia limpa, principalmente eólicas e fotovoltaicas. Mas o crescimento forte veio da eletrificação do transporte (US$ 270 bilhões). O investimento neste último setor vem crescendo 10 vezes mais rapidamente do que o na geração. Parte importante do pouco mais de US$ 100 bilhões restante foi para armazenamento, ou seja, sistemas de baterias. Entre 2014 e 2021, o crescimento médio da eletrificação do transporte cresceu quase 50%, o armazenamento aumentou pouco mais de 30%, enquanto o investimento em geração limpa cresceu 5%. Um segundo artigo da Bloomberg dá mais detalhes.

 

ClimaInfo, 28 de janeiro de 2022.

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