Estudo recomenda foco maior nos cortes de emissões de metano para conter aquecimento global

metano

Com base em modelos climáticos que apontam para cenários nos quais o aquecimento global é limitado a 1,5 graus, o planeta atingiria esse limite em aproximadamente 24 anos. Durante este período, o metano é 75 vezes mais potente que o dióxido de carbono como gás de efeito estufa. Porém, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) padronizou valor três vezes menor: 25. Tal avaliação é usada por agências governamentais e pelo setor privado para avaliar os impactos relativos de diferentes gases de efeito estufa e determinar a ênfase que aplicarão na redução de suas emissões.

Essa discrepância deve-se às atuais recomendações do IPCC para comparação do impacto dos diversos gases com efeito estufa. Sam Abernethy, de Stanford e principal autor do estudo publicado na revista Environmental Research Letters e noticiado pelo InsideClimateNews, descobriu que o período de 100 anos foi uma escolha “arbitrária e injustificada” adotada pelo Protocolo de Kyoto, o primeiro acordo climático internacional vinculante, na década de 1990, e usado em relatórios e acordos internacionais desde então. Com isso, o impacto do metano é subestimado.

O relatório de Sam e seu colega Robert B. Jackson propõe um novo método de contabilidade que coloca maior ênfase no potencial de cortes no metano e outros gases de efeito estufa de curta duração.

Cada gás de efeito estufa tem uma duração diferente de sua vida na atmosfera. Ao contrário do dióxido de carbono, que pode permanecer na atmosfera por séculos, o metano sobrevive por aproximadamente 12 anos.  Por isso, quando avaliado ao longo de um período de 100 anos, ele é 28 vezes mais potente que o dióxido de carbono como gás de efeito estufa. Mas ao longo de um período de 20 anos, o metano mostra seu real poder de aquecimento do planeta: 81 vezes mais potente que o dióxido de carbono.

 

ClimaInfo, 10 de fevereiro de 2022.

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