Governo se divide na PEC “kamizake” dos combustíveis

PEC kamikaze dos combustíveis

A PEC dos Combustíveis em tramitação no Congresso, criará em ano eleitoral um auxílio diesel no valor de R$ 1.200 por mês para mais de 700 mil caminhoneiros – uma despesa nova de 10,8 bilhões para 2022. Prevê também aumento do auxílio-gás e um novo subsídio às tarifas de ônibus (que ninguém sabe dizer ainda se será descontado do preço das passagens), além de cortes gerais de impostos sobre os combustíveis – tudo fora do orçamento.

A proposta assinada pelo senador Flávio Bolsonaro busca enfrentar a alta dos combustíveis retirando a pressão sobre a política de preços da Petrobrás. Funcionará? Segundo reportou o Estadão, o Banco Central avisa que a medida provocará o efeito oposto: contribuirá para deteriorar o cenário fiscal, levando a um aumento das projeções de inflação logo à frente.

Para o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, a medida é “positiva”, mas precisa de “aperfeiçoamentos”, como focar apenas em pessoas de baixa renda, destacam o Globo, Poder 360 e Congresso em Foco.

Andréia Sadi, na GloboNews, ouviu de senadores que a assinatura de Flávio indica que o governo vê sensatez na medida. Daí a intranquilidade de Paulo Guedes. O ministro apelidou a proposta de “bomba fiscal” e criou o que a Jovem Pan chamou de “força-tarefa” para mudar a opinião do presidente sobre a PEC. Seu plano é uma redução dos impostos apenas para o óleo diesel, excluindo o etanol e a gasolina, ao mesmo tempo em que tenta usar a legislação eleitoral – que veda a concessão de benefícios em ano de eleições – para barrar o projeto.

Quanto o Brasil perde nestes diferentes cenários ainda é incerto. O texto que veio da Casa Civil teria impacto estimado em R$ 54 bilhões, enquanto o do Senado pode custar o dobro, reporta o Globo.

 

ClimaInfo, 9 de fevereiro de 2022.

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