Compromissos climáticos das petroleiras não passam de greenwashing, mostra estudo

greenwashing

As petroleiras globais colocaram em torno de 90% dos seus investimentos na cadeia do petróleo e gás e dela obtiveram cerca de 85% das suas receitas. Os investimentos em renováveis mal chegaram a 2%.

Um estudo publicado na Plos One analisou o que quatro das grandes petroleira – as europeias BP e Shell, e as norte-americanas Exxon e Chevron – fizeram entre 2009 e 2020 em três grandes blocos temáticos: (i) dinheiro; (ii) estratégia, compromissos e ações; e (iii) discurso. Neste último bloco, constataram o uso de 39 palavras-chave, dentre as quais “clima”, “baixo carbono” e “transição”. Os resultados não surpreendem.

O discurso mostra claramente seu esverdeamento nos últimos anos, após uma pequena baixa entre 2010 e 2012, os anos pesados de recessão. Palavras associadas a clima e emissões cresceram mais do que as associadas a “baixo carbono” e “transição”.

A análise de estratégia, sob a ótica dos compromissos assumidos e das ações efetivas, mostra um comportamento quase idêntico às quatro. Tanto compromissos quanto ações permanecem oscilando com pouca amplitude até o Acordo de Paris. A partir de 2016, ambos crescem de intensidade, só que os compromissos aumentam duas vezes mais do que as ações.

O trabalho foi comentado pelo Guardian e pela Carbon Brief.

 

ClimaInfo, 18 de fevereiro de 2022.

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