Café e laranja podem se tornar itens de luxo com efeitos da crise climática no Brasil

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Os efeitos da mudança do clima na agricultura no Brasil podem tornar produtos tradicionais do café-da-manhã dos brasileiros, como o cafezinho e o suco de laranja, em coisa de luxo. Isso já está sendo sentido, com o preço desses itens disparando nos últimos meses por conta de disrupção na produção causada por eventos climáticos como geadas e secas prolongadas. Ana Carolina Feliz abordou na RFI as dificuldades enfrentadas pelos produtores rurais nos últimos anos com a instabilidade no clima.

As perdas na produção pressionam ainda mais os preços, em um momento no qual a inflação se acelera em todo o mundo. Para efeito de comparação, o preço do café no Brasil subiu quase 60% nos últimos 12 meses, a despeito de o país continuar sendo o maior produtor mundial do produto.

Ainda sobre efeitos do clima extremo, Phillippe Watanabe escreveu na Folha sobre um estudo recente que apontou para um envelhecimento mais rápido de macacos em áreas afetadas por furacões de grandes proporções. De acordo com os pesquisadores, esses animais sofrem com índices mais altos de problemas cardiovasculares e inflamação crônica. A explicação para isso estaria na mudança das condições biológicas para produção de proteínas: no caso, o evento extremo serviria como um “marcador biológico” que altera o funcionamento do sistema imunológico. O estudo foi conduzido com Macacos-rhesus na ilha de Cayo Santiago, em Porto Rico, após a passagem do furacão Maria, em setembro de 2017.

Em tempo: Uma análise da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo e da agência alemã GIZ projetou impactos potenciais da mudança do clima na região da Baixada Santista, no litoral paulista. De acordo com o estudo, a intensificação de eventos extremos, como chuvas de grande porte, pode resultar na maior ocorrência de inundações bruscas, enxurradas, alagamentos, processos erosivos e deslizamentos de terra, especialmente nas encostas de morro. O Estadão deu mais detalhes.

 

ClimaInfo, 15 de março de 2022.

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