Pesquisadores criam banco de dados sobre emissão de carbono na Amazônia

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O Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), sediado na Universidade de São Paulo (USP) e que conta com o apoio da FAPESP e da Shell, está desenvolvendo um banco de dados sobre as emissões de gases de efeito estufa da Amazônia Brasileira, com o objetivo de ter um panorama mais claro sobre o perfil das emissões amazônicas e, assim, oferecer insumos a políticas de combate ao desmatamento e de mitigação da mudança do clima na região.

De acordo com o Jornal da USP, a plataforma está sendo construída a partir de técnicas avançadas de big data no monitoramento das emissões de GEE, permitindo assim acompanhar a evolução do perfil das emissões da Amazônia ao longo do tempo.

“Conseguiremos também analisar o estado atual das emissões quase em tempo real e fazer projeções, usando Inteligência Artificial e técnicas avançadas de aprendizado de máquina”, explicou o físico Paulo Artaxo, um dos coordenadores do projeto. “Essa iniciativa será crucial para o Brasil adotar políticas públicas lastreadas pela ciência, com dados abrangentes e confiáveis, que possibilitem cumprir as metas de redução de emissões de GEE”.

A plataforma conta com o apoio de organizações como IPAM, Imazon e MapBiomas, sob coordenação conjunta da Escola Politécnica e do Instituto de Física da USP, INPA, INPA, Programa LBA (Experimento de Larga Escala da Biosfera e Atmosfera da Amazônia) e a Torre ATTO (Amazon Tall Tower Observatory). Um Só Planeta também repercutiu a informação.

Em tempo: As ameaças crescentes à floresta amazônica foram destaque na imprensa internacional nos últimos dias. No francês Le Monde, Anne Vigna abordou a mobilização do governo Bolsonaro para aprovar a mineração em Terras Indígenas, bem como o apoio do presidente e seus aliados a garimpeiros e ruralistas contra ambientalistas e indígenas. Já no NY Times, William Langewiesche escreveu sobre a situação da Terra Indígena Ituna-Itatá, no Pará: nos últimos anos, a reserva dedicada a indígenas isolados tem se destacado entre as áreas com maiores índices de desmatamento, o que ameaça não apenas a floresta, mas também a sobrevivência dos grupos indígenas.

 

ClimaInfo, 17 de março de 2022.

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