Energia solar: importadores driblam problemas e compram mais equipamentos de geração distribuída

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Por ora, a instabilidade do mercado internacional de equipamentos de energia não afetou a demanda dos importadores brasileiros de painéis fotovoltaicos. De acordo com a Agência Infra, os compradores estão conseguindo manter o fluxo de entrada dos equipamentos sem maiores problemas, à despeito do cenário externo tumultuado, com uma nova onda de COVID afetando a China e os efeitos da invasão russa à Ucrânia. Nem mesmo a “operação padrão” dos auditores alfandegários da Receita Federal, adotada desde dezembro passado para pressionar por aumentos salariais, conseguiu prejudicar a entrada dos painéis fotovoltaicos importados no Brasil.

A notícia é animadora para o setor solar, que vem experimentando uma nova expansão de sua capacidade de geração, favorecido pelo marco regulatório da geração distribuída de energia solar. No começo do mês, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) confirmou que a capacidade instalada de geração solar atingiu a marca de 14 GW, a mesma potência da usina hidrelétrica de Itaipu.

Já o Portal Solar repercutiu dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) que apontam para um aumento de 99,4% da produção de energia de usinas fotovoltaicas em fevereiro passado na comparação com o mesmo mês em 2021. A fonte solar registrou a produção de 1.238 MW médios, contra 621 MW médios no período anterior. Segundo a CCEE, a expansão pode ser explicada por fatores climatológicos e pelo aumento no número de usinas no último ano.

Outra notícia positiva é a oferta do BNDES para financiar a troca de geradores a diesel por painéis fotovoltaicos com consumidores de energia na Região Norte. De acordo com o banco, a operação permitirá a instalação de 1,6 mil equipamentos num prazo de até 150 meses em clientes residenciais e comerciais. Ao todo, serão cerca de 12 MW de capacidade a ser instalada. O Canal Solar deu mais informações.

Enquanto isso, o setor elétrico brasileiro faz as contas para ver se o empréstimo bilionário que o governo fará às empresas nos próximos meses será capaz de atenuar o preço da tarifa elétrica. As estimativas da ANEEL não são muito animadoras: segundo o Valor, os cálculos da agência apontam para uma redução média de 2,69% neste ano. Nesta 3ª feira (15/3), a ANEEL anunciou a liberação da primeira parte do pacote de ajuda ao setor elétrico, estimado em R$ 5,3 bilhões. Desse total, apenas R$ 2,33 bi serão usados para aliviar os consumidores da pressão tarifária neste ano. Além disso, é bom lembrar, esse financiamento sairá da conta de luz dos consumidores nos próximos anos, o que diminui ainda mais qualquer impacto positivo desse empréstimo no valor da tarifa.

Em tempo: A Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM) do Rio Grande do Sul arquivou o projeto da Mina Guaíba, encerrando assim o processo de licenciamento ambiental do empreendimento. Em fevereiro, a Justiça Federal de Porto Alegre decidiu pela nulidade do licenciamento, argumentando que a empresa responsável pelo projeto, a Copelmi Mineração, não consultou previamente comunidades indígenas que vivem no entorno da área da mina. A notícia é do g1 e Jornal do Comércio (RS).

 

ClimaInfo, 17 de março de 2022.

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