O governo federal está finalizando um pacote de medidas para fomentar a produção e o consumo de biometano, com foco especial na agropecuária. Esse gás é produzido a partir da decomposição de matéria orgânica, e é uma alternativa mais sustentável ao metanol de origem fóssil. Atenção, não estamos falando da imensa quantidade de metano proveniente de arrotos dos ruminantes, nem da que vaza dos poços e dutos de petróleo e gás.
De acordo com o Valor, uma das primeiras medidas será a inclusão de aportes em biogás e biometano no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Infraestrutura (REIDI) do ministério de minas e energia, que suspende a contribuição de PIS/Cofins sobre investimentos em novas indústrias das áreas de infraestrutura e mobilidade. Essa desoneração deve reduzir em 9% o custo dos investimentos em biometano. Outra medida é a ampliação dos recursos do Fundo Clima, administrado pelo BNDES, para projetos de biogás e biometano.
Por falar em biogás, Rodrigo Caetano escreveu na Exame sobre as perspectivas desse setor no Brasil no contexto da alta dos preços internacionais do petróleo e do gás natural. Para as empresas, o biogás pode ser uma alternativa mais barata a esses combustíveis fósseis, já que a matéria-prima e boa parte da cadeia produtiva estão dentro do Brasil, sem atrelar custos ao dólar.
Em tempo: Enquanto isso, a Neoenergia especula que o Brasil poderá ter suas primeiras usinas eólicas offshore operando plenamente em menos de cinco anos. Citado pelo Valor, o presidente da empresa, Mario Ruiz-Tagle, afirmou que os projetos podem ser acelerados no curto prazo em virtude dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia no mercado energético global. “A experiência que estamos vivendo na Europa está trazendo a importância da não-dependência energética, não apenas a não-dependência de outro país, mas também a não-dependência de uma fonte de geração”, argumentou Ruiz-Tagle. Na mesma linha, Mauricio Tolmasquim escreveu no Valor que a crise russo-ucraniana deixou evidente a centralidade das fontes renováveis em matéria de segurança energética. “A partir de agora as fontes renováveis, cruciais do ponto de vista ambiental, se tornaram questões essenciais de segurança energética. É uma grande oportunidade para o Brasil, que tem enorme potencial de produção de energia renovável a baixo custo”.
ClimaInfo, 18 de março de 2022.
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