Depois de frustração, Biden quer mais de US$ 10 bi para financiamento climático dos EUA para países pobres em 2023

29 de março de 2022
Biiden financiamento climático
The White House/Flickr

O presidente dos EUA, Joe Biden, encaminhou na semana passada ao Congresso norte-americano sua proposta de orçamento para o ano fiscal de 2023 prevendo cerca de US$ 11 bilhões para apoiar esforços de mitigação e adaptação climática em outros países. Esse montante representa mais de 10 vezes o valor reservado pelos congressistas do país no atual orçamento, que ficou em pouco mais de US$ 1 bilhão, o que frustrou ativistas climáticos e governos de países vulneráveis que aguardavam por uma injeção maior de recursos.

Ao todo, a Casa Branca está pedindo cerca de US$ 50 bilhões para programas relacionados com o clima, incluindo US$ 18 bilhões para aumentar a resiliência climática do governo federal, US$ 3,3 bilhões para financiamentos de projetos de energia limpa e pelo menos US$ 20 milhões para a criação de uma estrutura parecida com a Defesa Civil brasileira, mas dedicada ao combate de incêndios florestais e resgate em catástrofes climáticas. Para financiar esse montante, Biden pediu ao Congresso a derrubada de cerca de US$ 43,6 bilhões em incentivos fiscais federais para a indústria do petróleo e gás, incluindo deduções para custos de perfuração de poços. Resta saber se o governo terá fôlego para aprovar essa proposta em um Congresso dividido e reticente com novos gastos governamentais.

Enquanto isso, o diretor-executivo do Fundo Climático Verde da ONU, Yannick Glemarec, alertou aos países que a promessa de financiamento de apenas US$ 1 bilhão dos EUA neste ano pode travar a aprovação de novos projetos climáticos. De acordo com o Climate Home, Glemarec também sugeriu que, caso os governos dos países desenvolvidos não ofereçam contribuições financeiras adicionais ao Fundo, existe a possibilidade de desligamento de pessoal, o que limitaria ainda mais a capacidade dele em analisar os projetos e aprovar os financiamentos.

Bloomberg, NY Times e Washington Post deram essa notícia.

Em tempo: O governo de Justin Trudeau apresentou um novo plano climático no Canadá, com metas mais ambiciosas para a redução de emissões de carbono e incentivos fiscais para projetos de captura e armazenamento de carbono. De acordo com a proposta, o Canadá espera reduzir suas emissões em 42% nos setores de petróleo e gás natural até 2030 e promete ampliar os investimentos climáticos em US$ 7 bilhões nos próximos anos. No geral, o corte de emissões esperado é de mais de 40% até o final desta década. Por outro lado, o plano não prevê um limite de emissões para o setor de combustíveis fósseis, que responde por 1/10 da produção econômica total do país. Bloomberg e Reuters deram mais detalhes.

 

ClimaInfo, 30 de março de 2022.

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