Poluição do ar aumenta em cidades tropicais, com sérias implicações à saúde humana

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Munir Uz Zaman/Agence France-Presse

A poluição atmosférica nas grandes cidades nos países tropicais está custando a vida de quase 200 mil pessoas em um ano, de acordo com pesquisadores da University College London. Um estudo publicado na Science Advances apontou que, apenas em 2018, cerca de 180 mil mortes prematuras registradas nos principais centros urbanos tropicais foram atribuídas ao aumento da exposição a poluentes no ar. Desde 2015, essas grandes cidades registraram um aumento nos níveis de poluição de até 14% ao ano, ritmo três vezes superior à média em muitos países e continentes. Em grande parte, esse aumento de poluição está associado a fontes industriais e residenciais, o que representa uma mudança nos padrões de poluição em países tropicais, historicamente relacionados com a queima de biomassa.

O impacto desse aumento da poluição ganha tons ainda mais graves quando se considera a tendência de crescimento demográfico nessas cidades nas próximas décadas. Com mais pessoas vivendo nessas áreas e sem regras mais rígidas para conter o aumento de poluentes, a situação pode se tornar ainda mais grave.

Os autores utilizaram dados da NASA e da Agência Espacial Europeia para estimar as concentrações de vários poluentes com potencial negativo sobre a saúde humana, como partículas finas (PM2.5), dióxido de nitrogênio, amônia, e compostos orgânicos voláteis (VOC). Os dados cobriram 46 cidades tropicais na África, Oriente Médio e Ásia, com expectativa de se tornarem megacidades até o final deste século (com 10 milhões de habitantes ou mais). De acordo com a análise, as concentrações médias de dióxido de nitrogênio aumentaram em 14%; 12% para amônia, 11% para VOC e 8% para material particulado.

O NY Times deu mais informações sobre o estudo.

 

ClimaInfo, 12 de abril de 2022.

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