Transição energética: cientistas alertam para riscos de geoengenharia solar

geoengenharia solar
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No debate sobre a transição energética, está crescendo o interesse em alguns círculos na geoengenharia solar – ou seja, o uso de substâncias químicas na atmosfera para aumentar o reflexo da luz solar na Terra e, assim, diminuir o potencial de aquecimento decorrente da concentração de carbono e de outros gases de efeito estufa. A técnica replica o que acontece em situações de erupção vulcânica, quando toneladas de sedimentos são lançadas na atmosfera pela explosão; nesses casos, o material “flutua” no ar por algum tempo e aumenta a reflexividade da Terra à radiação solar, resultando em uma diminuição das temperaturas.

A despeito da empolgação de personalidades como o bilionário Bill Gates, que enxergam na geoengenharia solar um caminho para destravar a transição energética e garantir energia abundante sem impacto em carbono, um grupo de cientistas está se mobilizando para brecar o interesse nessa tecnologia. Na BBC Brasil, Shun Suzuki destacou os principais argumentos a favor e contra a geoengenharia solar. Pelo lado pessimista, temos a incerteza quanto aos impactos ambientais dessa tecnologia e o potencial de redução das temperaturas no patamar e no ritmo necessário para conter o aquecimento global. Pelo lado otimista, os defensores da tecnologia argumentam que, cada vez mais, a contenção da mudança do clima apenas pela via da mitigação se inviabiliza, e o mundo precisará lidar com caminhos alternativos, como a captura e armazenamento de carbono e a geoengenharia solar.

De toda maneira, a cautela é o caminho mais recomendado na análise desta tecnologia. A urgência da crise climática é real, mas isso não pode significar um “corra para qualquer lado” na busca por uma solução para ela.

 

ClimaInfo, 12 de abril de 2022.

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