Comissão de Meio Ambiente da Câmara sai de extremista e passa para ruralista 

Comissão de Meio Ambiente da Câmara
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados segue nas mãos de parlamentares que não possuem a menor preocupação ou interesse no tema. Depois de um ano sob o comando da deputada extremista Carla Zambelli, sócia da “boiada antiambiental” do atual presidente da República, o colegiado será encabeçado este ano pelo deputado Luis Antonio Franciscatto Covatti (RS), representante da bancada ruralista no Congresso Nacional. Ou seja, ao menos até julho (e, depois da eleição, em novembro e dezembro), não podemos esperar qualquer discussão substancial e séria acontecendo na Comissão, que estará mais voltada para defender os interesses de quem destrói o meio ambiente do que preservá-lo.

A Repórter Brasil deu a ficha de Covatti, que exerce seu 2º mandato na Câmara, com trajetória intimamente associada ao agronegócio gaúcho. Na primeira sessão do colegiado em 2022, realizada no último dia 3, o parlamentar fez uma “limpa” na pauta e nomeou o colega ruralista Coronel Chrisóstomo (RO) relator do PL 11.133/2018, que amplia a área de inundação do complexo hidrelétrico do Madeira para expandir a capacidade de geração das usinas. Tudo isso em apenas 20 minutos de deliberação.

“Nas mãos dele podemos esperar que a comissão sirva para acelerar retrocessos ou como palanque para ruralistas”, afirmou Marcio Astrini, do Observatório do Clima. Um conterrâneo do parlamentar, Heverton Lacerda, da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN), concorda. “Temos um representante do agronegócio exportador e dos interesses das multinacionais do veneno comandando uma comissão que deveria ter como prioridade defender o ambiente natural e a vida em primeiro lugar”.

 

ClimaInfo, 12 de maio de 2022.

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