Meteorologistas indicam possibilidade de raro 3° La Niña seguido no Pacífico

3º La Niña 2022
Gabriel Lain/Estadão Conteúdo

As chances do La Niña retornar entre novembro e janeiro subiram para 61% segundo anúncio do Centro de Previsão Climática dos EUA, divulgado ontem (12). Em abril esse percentual era de 53%. Desde 1950, em apenas duas outras ocasiões – entre 1973 e 1976 e de 1998 a 2001 – ocorreram três La Niñas consecutivos, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. A notícia é da Bloomberg e da Reuters.  Ainda segundo a Reuters, ontem (12) a autoridade de meteorologia do Japão divulgou uma estimativa de 70% de que o La Niña continue durante o verão do hemisfério norte, acrescentando que há chances que o fenômeno continue no outono. 

O La Niña altera os padrões climáticos em escala global. Ele tem o potencial de desviar as tempestades do Pacífico para longe da Califórnia e de outros estados da Costa Oeste durante o inverno norte-americano, ampliando as condições de seca na região. No Atlântico, favorece que mais tempestades se formem e se fortaleçam. Os meteorologistas que prevêem uma temporada ativa de furacões este ano citaram as condições no Pacífico no alerta.

O atual La Niña teve início em outubro passado e veio na sequência de um La Niña que circulou no final de 2020. Ele se fortaleceu inesperadamente em abril, dando ao Oceano Pacífico equatorial seu abril mais frio em 72 anos. Apesar disso, há sinais de que as temperaturas no Pacífico possam voltar ao normal nos próximos meses, à medida que a água mais quente se acumular abaixo da superfície e os ventos alísios começarem a enfraquecer.

Em tempo: Uma forte massa polar e a passagem de um ciclone extratropical derrubarão as temperaturas nos sul e sudeste do Brasil entre os dias 16 e 22. São Paulo (SP) pode ter 7°C de mínima na quarta; Campo Grande (MS), 6C na quinta –  mesmo dia em que Goiânia (GO) poderá registrar inacreditáveis 4°C, segundo o g1. Acre e Rondônia devem ter o segundo episódio de friagem do mês. Para os estados do sul há previsão de neve e “chuva congelante”, além da geada, que deve afetar também o sul e oeste paulista, Mato Grosso do Sul e o sul de Minas Gerais. Estadão e UOL também noticiaram a frente fria que, nas redes sociais foi apelidada de “erupção polar” – expressão sem amparo científico, como explica O Globo. Segundo o MetSul, a chegada deste frio intenso mais cedo neste ano tem as impressões digitais do La Niña, fenômeno prevalente desde o final do inverno de 2021 e que trouxe a severa estiagem nos estados do sul durante o verão, causando quebra da safra nas culturas de milho e soja.

 

ClimaInfo, 13 de maio de 2022.

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