Multinacionais seguem fazendo vista grossa para soja associada a desmatamento e grilagem

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A Rede Social de Justiça e Direitos Humanos apresentou nesta semana um relatório que mostra como gigantes do agronegócio e traders de commodities ainda estão tropeçando em si mesmos no combate à ilegalidades ambientais em sua cadeia de fornecimento de matéria-prima. O documento cita empresas como Bunge, BrasilAgro, Damha, SLC, Radar/Tellus, entre outras, muitas delas com políticas e metas para restringir e vetar a aquisição de soja produzida em fazendas ou áreas associadas a crimes ambientais.

Um dos casos mais emblemáticos é o da fábrica da Bunge em Uruçuí, no sul do Piauí. A unidade processa soja produzida na região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), na transição entre Cerrado, Amazônia e Caatinga. A chegada da empresa foi um dos principais impulsionadores do desmatamento nessa região: nos últimos 20 anos, o MATOPIBA perdeu cerca de 13 milhões de hectares de vegetação nativa – para efeito de comparação, estima-se que entre 1500 e 2000, a supressão de vegetação tenha sido de 11 milhões, menos do que aquela observada nos últimos 20 anos. O grosso desse desmate recente aconteceu em áreas griladas e invadidas, muitas vezes tomadas de Comunidades Tradicionais e Povos Indígenas por fazendeiros e pecuaristas. 

O De Olho nos Ruralistas destacou os principais pontos do relatório.

Em tempo: Ativistas do Greenpeace bloquearam o desembarque de 60 mil toneladas de soja brasileira no porto de Amsterdã, nos Países Baixos, na última 4a feira (11/5). A ação durou 18 horas e interrompeu as operações em parte do porto até que policiais detivessem o grupo. Durante o bloqueio, os manifestantes pediram às autoridades da União Europeia que avancem na definição de novas políticas para restringir a entrada de commodities associadas com o desmatamento e a destruição ambiental na América do Sul, especialmente na Amazônia. O Jornal Nacional (TV Globo) destacou a ação.

 

ClimaInfo, 13 de maio de 2022.

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