Desequilíbrio de gênero replica miopia da economia tradicional na agenda da descarbonização

crise climática e gênero
Reprodução YouTube

A agenda climática tem sido celebrada mundo afora como uma grande oportunidade para que a economia e o poder público deem um grande reset nas desigualdades como um todo, dando voz àqueles que hoje estão nas margens do processo decisório. A promessa pode ser real e seu potencial é significativo, mas o dia-a-dia não poderia estar mais distante deste cenário: a economia de baixo carbono ainda é um “Clube do Bolinha” repleto de homens brancos de meia-idade de países ocidentais. Ignorar esse cenário é jogar fora qualquer potencial da ação climática também servir no combate às desigualdades.

“O desequilíbrio de gênero no universo energético é pouco inteligente e míope”, escreveu Daniela Chiaretti no Valor. “Mulheres são metade da população global. A descarbonização é pauta do presente e é ali que aterrissa o futuro. É onde estará o emprego de esposas, filhas, irmãs e netas”. Um exemplo dessa miopia pôde ser visto no evento “The Smarter E-Europe”, realizado na semana passada em Munique, Alemanha: das 50 mil pessoas que circularam nos estandes e salas de palestra, a esmagadora maioria era formada por homens.

Como ela própria colocou no título de sua coluna, a descarbonização depende decisivamente do envolvimento e da participação das mulheres. Ou seja, estamos falando de uma agenda que engloba o empoderamento e a representatividade das mulheres.

 

ClimaInfo, 19 de maio de 2022.

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