A poluição está matando cerca de 9 milhões de pessoas todos os anos, o que a coloca entre as causas mais prevalentes de óbito em todo o mundo – “uma ameaça existencial à saúde humana e à saúde planetária”, como assinalado por um estudo publicado nesta semana na revista The Lancet. De acordo com a análise, o número de mortos associados à poluição supera o de mortes no trânsito, HIV/AIDS, malária e tuberculose combinados e o de óbitos relacionados ao abuso de substâncias como álcool e drogas.
Mais do que o impacto em si, o que preocupou os autores do estudo é o fato de que a situação está piorando: desde 2017, quando foi feita a primeira análise, não houve avanço significativo no combate à contaminação do ar, da água e do solo, o que apenas intensificou a gravidade do problema.
As mortes associadas à poluição atmosférica aumentaram 7% em cinco anos, e 66% desde 2000, impulsionadas principalmente pelo aumento da queima de combustíveis fósseis. Quase 75% das 9 milhões de mortes levantadas estão relacionadas com poluição do ar. Já as mortes por produtos químicos tóxicos somaram 1,8 milhão, incluindo 900 mil por envenenamento causado por chumbo. Por fim, a poluição da água esteve associada à morte de 1,4 milhão de pessoas por ano.
Mais de 90% das mortes totais ocorreram em países de baixa e média renda, como Índia e Nigéria. O prejuízo financeiro é assombroso: por ano, essas
mortes custaram US$ 4,6 trilhões, cerca de US$ 9 milhões por minuto.
“Prevenir a poluição também pode retardar as mudanças climáticas – alcançando um duplo benefício para a saúde planetária – e nosso relatório pede uma transição massiva e rápida de todos os combustíveis fósseis para energia limpa e renovável”, observou Philip Landrigan, do Boston College (EUA) e principal autor do estudo.
Bloomberg, Guardian, Inside Climate News, Reuters, Wall Street Journal e Washington Post repercutiram o estudo.
ClimaInfo, 20 de maio de 2022.
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