O aumento da temperatura média global está prejudicando a duração e a qualidade do sono das pessoas em todo o mundo. Essa é a conclusão de um estudo recém-publicado por pesquisadores europeus, que destacou também como os problemas de sono estão se refletindo de diferentes maneiras entre ricos e pobres. De acordo com a análise, em média, as pessoas perderam 44 horas de sono por ano, com pelo menos 11 noites somando menos de sete horas de sono, a quantidade de horas médias considerada pelos médicos como a mais indicada para um descanso restaurador para o organismo.
A pesquisa analisou dados coletados por pulseiras de rastreamento de sono usadas por 47 mil pessoas em 68 países, somando mais de 7 milhões de noites. O recorte demográfico revela como esse impacto se desdobra de diferentes maneiras entre as pessoas. A perda de sono por grau de aquecimento é cerca de ¼ maior para as mulheres do que para os homens, duas vezes maior para aqueles com mais de 65 anos e três vezes maior para aqueles que vivem em países menos desenvolvidos.
Um sono de pior qualidade acarreta diversos impactos negativos. Além do descanso insuficiente, pode facilitar a ocorrência de problemas de saúde, como pressão alta, e diminuir a capacidade produtiva das sociedades mais afetadas, com perda de produtividade e renda. Isso se reflete com mais força entre os grupos sociais mais pobres, já que estes não têm condições de comprar equipamentos de ar-condicionado para aliviar o calor nas noites mais quentes.
O estudo, publicado na revista One Earth, teve destaque em veículos como Galileu, Guardian, Independent e Um Só Planeta.
ClimaInfo, 23 de maio de 2022.
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