ESG: reguladores e investidores fazem ofensiva contra greenwashing

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Mark Kerrison / via Getty

A adesão crescente das empresas à agenda ESG intensificou uma preocupação antiga entre agências reguladoras e investidores: como diferenciar o que é efetivamente sustentável e o greenwashing puro e simples? Com diversas empresas e setores se apropriando dessas questões, a discussão ganhou mais complexidade, explicitando a necessidade de uma análise mais cuidadosa.

O Financial Times apontou como os reguladores estão começando a se mexer para fiscalizar melhor os investimentos ESG e garantir que as aplicações de fato favorecem negócios que tenham responsabilidade socioambiental e boa governança. A matéria cita o caso da Vale no Brasil, que foi acusada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por alegações falsas em seus relatórios de sustentabilidade antes do colapso da barragem de Brumadinho (MG) em 2019. Países como Austrália, Canadá, Estados Unidos e Reino Unido também avançaram recentemente com medidas específicas para avaliar aspectos de sustentabilidade das empresas e dificultar a desinformação deliberada de investidores e acionistas. O Inside Climate News republicou a reportagem.

Ao mesmo tempo, a Bloomberg abordou a pressão crescente de investidores que estão cobrando as empresas por evidências concretas sobre suas promessas de sustentabilidade. As empresas em geral ainda estão conseguindo se safar dessas cobranças, mas a ofensiva dos órgãos reguladores pode ser chave para que isso se torne mais duro nos próximos anos. 

Um exemplo disso aconteceu nesta 3ª feira (31/5) na Alemanha: a justiça autorizou a entrada da polícia nos escritórios do Deutsche Bank em Frankfurt para apreensão de documentos e equipamentos. A suspeita é de que a instituição e seu braço de gestão de ativos estejam enganando seus clientes em relação a dados sobre sustentabilidade das aplicações financeiras. O banco alemão é alvo de investigações nos Estados Unidos e na Europa desde o ano passado, quando a ex-diretora de sustentabilidade, Desiree Fixler, acusou a empresa de inflar as credenciais verdes de seus investimentos. Bloomberg e Financial Times repercutiram a ação policial contra o Deutsche Bank.

Em tempo: Um grupo de gestores de investimentos internacionais, que reúne cerca de US$ 16 trilhões em aplicações, anunciou que pretende direcionar quase 40% de seus ativos para empresas e negócios que tenham como meta chegar ao net-zero até 2050. Firmado sob a iniciativa Net-Zero Asset Managers, o acordo inclui pesos-pesados do mercado financeiro como Allianz Global Investors, BlackRock e Royal London Asset Management. Bloomberg e Reuters deram mais informações.

 

ClimaInfo, 1º de junho de 2022.

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