Insegurança pública: Amazônia registra alta em mortes violentas

anuário de segurança pública
Tércio Teixeira/Folhapress

Enquanto os casos de homicídio caem na maior parte do Brasil, a Amazônia segue o caminho oposto com uma escalada nos números de mortes violentas. De acordo com um levantamento divulgado nesta 3a feira (28/6) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 13 dos 30 municípios mais violentos do país estão localizados nos estados da Amazônia Legal: Jacareacanga, no Pará, registrou um índice de 199,2 mortes a cada 100 mil habitantes entre 2019 e 2020, número superado apenas pelo município líder do ranking nacional, São João do Jaguaribe, no Ceará (224).

Outras cidades amazônidas, como Santa Luzia D’Oeste (RO), São Felipe D’Oeste (RO), Floresta do Araguaia (PA), Aripuanã (MT) e Japurá (AM) figuraram entre os 10 municípios mais violentos do país, com índice de homicídios entre 139 e 114 mortes a cada 100 mil habitantes. A média dos estados da Amazônia (30,9 mortes) também supera os números nacionais (22,3), o que coloca a região como uma das mais violentas do mundo – se fosse um país, a Amazônia Brasileira seria o 4o mais violento, atrás apenas da Jamaica (45), Honduras (36), e África do Sul (33), segundo dados do escritório da ONU sobre drogas e crime.

Um aspecto ressaltado pelo Anuário de Segurança Pública é a interiorização da violência na Amazônia: os maiores índices de mortes violentas registradas entre 2019 e 2020 aconteceram em municípios dentro da floresta, distantes das capitais e dos centros urbanos da região. Nesse caso, além de questões antigas como conflitos fundiários, a presença do crime organizado na Amazônia está contribuindo para torná-la uma das áreas mais violentas do planeta.

“A Amazônia está completamente dominada pela violência extrema e pode ser vista como uma enorme tradução de tudo que tem dado errado no Brasil”, comentou a’O Globo Renato Sérgio de Lima, diretor do FBSP. “Infelizmente, as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips não foram fatos isolados. Quem tem dado o tom ali é o crime organizado, que tem funcionado como síndico da Amazônia”.

Estadão, Folha, Metrópoles, UOL e Valor também repercutiram esses dados.

 

ClimaInfo, 29 de junho de 2022.

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