Estudo identifica termelétricas mais poluentes do Brasil

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O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) divulgou ontem uma pesquisa inédita das emissões de gases de efeito estufa das usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis em operação no Brasil. De acordo com a análise, as térmicas Candiota III e Pampa Sul, ambas localizadas no município de Candiota (RS), foram as mais poluentes em 2020. Ao todo, as 72 usinas termelétricas conectadas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) liberaram 32,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente naquele ano.

A quase totalidade das emissões inventariadas no estudo foi proveniente de apenas metade das usinas fósseis associadas ao Sistema Integrado Nacional. Dessas, a lista das top 10 usinas mais poluentes foi responsável por 49% do total de emissões de CO2 equivalentes em 2020. Não coincidentemente, oito dessas dez usinas operam com carvão, o combustível fóssil que mais emite gases de efeito estufa em sua queima.

O estudo destacou também a expansão do parque termelétrico brasileiro nas últimas duas décadas: desde 2000, a geração termelétrica cresceu 177%, passando de 30,6 TWh para 84,4 TWh, o que favoreceu um aumento de 90% das emissões de gases de efeito estufa do setor elétrico nesse mesmo período. 

Por um lado, essa energia extra facilitou a gestão do sistema elétrico em momentos críticos, como durante a crise hídrica de 2021, mas com custo significativamente mais alto do que o das fontes renováveis disponíveis no mercado brasileiro. Para piorar, iniciativas recentes do governo federal e do Congresso Nacional amarraram o país à geração termelétrica com novos – e caros – investimentos em geração termelétrica a gás natural, que encarecerão as contas dos consumidores brasileiros ao longo desta década.

Portal Solar e Valor, entre outros, destacaram o estudo do IEMA.

 

ClimaInfo, 1º de julho de 2022.

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