Amazônia concentra cidades brasileiras com piores índices de sustentabilidade

IDS cidades brasileiras
Ícaro Gomes

Os estados da Amazônia brasileira, que abrigam boa parte da maior floresta tropical do planeta, concentram também a maioria esmagadora das cidades com pior desempenho sustentável do país. É o que mostra o Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades (IDSC), lançado na semana passada pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS) para avaliar a atuação dos 5,57 mil municípios brasileiros no cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Dos dez piores municípios desse indicador, oito estão na Amazônia – seis no Pará e dois no Amazonas.

Santana do Araguaia (PA) e Lábrea (AM) encabeçam a relação, prejudicadas principalmente pela baixa escolaridade e pela violência contra mulheres acima da média nacional. Das capitais brasileiras, a pior novamente se encontra na Amazônia: Macapá (AP), que também sofre com a falta de saneamento básico – somente 37% da população tem acesso à água potável. 

Na outra ponta, São Paulo concentra os dez municípios com melhor desempenho no cumprimento dos ODS no Brasil, com São Caetano do Sul, Jundiaí e Valinhos liderando o ranking. A cidade de SP também lidera a relação das capitais brasileiras mais sustentáveis, de acordo com o IDSC. Folha e Projeto Colabora deram mais informações.

Em tempo: O ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, conversou com Thiago Bethônico na Folha sobre a situação da Amazônia e as perspectivas do Brasil e do mundo para enfrentar a crise climática. Diplomático, Gore evitou tecer críticas diretas ao atual governo brasileiro por conta do descontrole do desmatamento, mas defendeu que os eleitores considerem a questão climática e a proteção da floresta em sua decisão de voto para as eleições de outubro. Ele também refutou uma das fake news mais batidas entre os aliados do presidente brasileiro – a de que a ONU e as grandes potências internacionais estariam interessadas em “internacionalizar” a Amazônia: “Isso é absurdo e ridículo. Quem quer apelar demagogicamente ao nacionalismo pode fazer falsas ameaças à integridade territorial do Brasil.”

 

ClimaInfo, 12 de julho de 2022.

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