Mato Grosso se movimenta para replicar “boiada” federal na sua política ambiental

MT rio Cuiabá
SECOM/MT

Até o final de junho, o Mato Grosso era o estado brasileiro com maior número de registros de incêndio florestal em 2022, respondendo por 70% dos cerca de 5,2 mil focos identificados pelo INPE no período. O estado também liderou o ranking de desmatamento amazônico entre janeiro e abril. Mesmo com esses resultados, a Assembleia Legislativa mato-grossense e o governo estadual querem enfraquecer a proteção ambiental.

O Globo destacou a movimentação do estado para replicar a “boiada” antiambiental federal via afrouxamento das regras ambientais estaduais. Uma das medidas em discussão é a retirada do MT da Amazônia Legal, o que permitiria reduzir a reserva legal em área de floresta de 80% para 20%. Já no sul do estado, outra proposta já aprovada em primeiro turno pelos deputados estaduais é a que libera a criação de gado solto no pasto em reservas legais no Pantanal, bem como empreendimentos de ecoturismo e turismo rural nessas áreas.

Na semana passada, o governo mato-grossense vetou um projeto que pretendia proibir a construção de usinas hidrelétricas em toda a extensão do rio Cuiabá, um dos principais da bacia pantaneira. A proposta é defendida por ambientalistas e ribeirinhos, que alertam para a ameaça que esses empreendimentos representam para os estoques de peixe e a disponibilidade hídrica. O governador Mauro Mendes, no entanto, alegou inconstitucionalidade e vetou integralmente a medida. Gigante 163 e ((o)) eco deram mais informações.

Em tempo: Enquanto isso, as queimadas voltaram a atingir o Pantanal nas últimas semanas. Na 6a feira (8/7), equipes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Mato Grosso do Sul atuaram para combater as chamas no Parque Estadual Pantanal do Rio Negro, entre Aquidauana e Corumbá. Segundo o Estadão, o incêndio já consumiu cerca de 28 mil hectares de vegetação. Os dados do INPE para o 1º semestre de 2022 são preocupantes: de janeiro a junho, o bioma pantaneiro registrou 517 focos de fogo, número 39,3% superior ao registrado no mesmo período no ano passado (317).

 

ClimaInfo, 12 de julho de 2022.

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