O crescimento do mercado de carros elétricos na Europa está colocando gigantes do setor uns contra os outros no debate regulatório. A crise mais recente aconteceu na semana passada, quando a Volvo anunciou seu rompimento com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis Elétricos (ACEA). De acordo com a montadora sueca, a entidade representativa não tem sido suficientemente agressiva nos esforços de defesa dos interesses do setor.
Segundo a Reuters, um dos argumentos que causaram o rompimento da Volvo com a ACEA foi a posição da organização na discussão do Parlamento Europeu sobre a meta de eletrificação da frota elétrica do bloco. Enquanto os europarlamentares definiram um prazo até 2035 para acabar com a venda de novos veículos a combustão, a ACEA reclamou que qualquer medida legislativa da UE deveria estar limitada até 2030, sem regulamentar metas para além desse prazo. Em comunicado, a Volvo afirmou que “a estratégia e as ambições de sustentabilidade da Volvo Cars não estão totalmente alinhadas com o posicionamento e a maneira de trabalhar da ACEA neste momento”.
A decisão acontece pouco após outra grande empresa do setor, a Stellantis, também anunciar sua saída da ACEA. Curiosamente, o argumento do grupo dono da Fiat e da Peugeot foi outro: a entidade estaria forçando a indústria a fazer uma transição excessivamente acelerada para veículos elétricos.
Enquanto isso, nos EUA, a Bloomberg destacou que o mercado de elétricos do país finalmente atingiu um patamar visto pela indústria como o “ponto de inflexão” para a adoção da tecnologia. Nos últimos seis meses, 5% das vendas de carros novos foram de veículos 100% elétricos, o que coloca os EUA junto com Europa e China entre os mercados com maiores fatias de venda de elétricos entre os veículos novos. Se seguir a tendência observada em outros mercados, os EUA caminham para ter cerca de 25% de suas novas vendas compostas apenas por carros elétricos até o final de 2025.
ClimaInfo, 12 de julho de 2022.
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