Crise climática ameaça Amazônia e geleiras na América Latina

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INTI OCON AFP/File

A Amazônia experimenta um ciclo vicioso de desmatamento em alta, clima mais quente, menos chuvas e, consequentemente, mais carbono sendo liberado na atmosfera, intensificando a crise climática. Esse é um dos alertas dados pela Organização Meteorológica Mundial (WMO) em seu relatório sobre a situação do clima na América Latina e no Caribe, divulgado na 6a feira (22/7). O documento destacou também a vulnerabilidade crescente das geleiras dos Andes, que estão perdendo gelo de forma mais acelerada por conta do aquecimento, ameaçando a segurança hídrica de milhões de sul-americanos.

O relatório sintetiza os principais efeitos da mudança do clima registrados no último ano na América Latina e no Caribe, incluindo a intensificação de tempestades tropicais na região caribenha e na América Central, a forte estiagem que atingiu boa parte do Brasil no 2º semestre de 2021, além das ondas de calor e frio que atingiram os países do Cone Sul. “O relatório mostra que os riscos hidrometeorológicos, incluindo secas, ondas de calor, ondas de frio, ciclones tropicais e inundações, infelizmente levaram à perda de centenas de vidas, danos graves à produção agrícola e infraestrutura, bem como deslocamentos humanos”, afirmou Petteri Taalas, secretário-geral da WMO.

De acordo com a análise, o ano passado seguiu a tendência das últimas três décadas de aquecimento contínuo: entre 1991 e 2021, a temperatura do continente aumentou numa média de 0,2ºC por década, o dobro do aumento de 0,1ºC/década observado entre 1960 e 1990. Nos Andes, as geleiras perderam cerca de 30% de sua área desde a década de 1980; em algumas áreas, principalmente no Peru, as perdas de gelo foram superiores a 50% no mesmo período. O nível do mar também subiu, notadamente ao longo da costa atlântica ao sul do Equador (3,52 ± 0,0 mm por ano, de 1993 a 2021), e no Atlântico Norte subtropical e no Golfo do México (3,48 ± 0,1 mm por ano, de 1993 a 1991). Já na Amazônia, o desmatamento dobrou em relação à média de 2009-2018, atingindo seu nível mais alto em 12 anos; o ritmo de desmate cresceu 22% em 2021 na comparação com o ano anterior.

AFP, Agência Brasil, Bloomberg, Climatempo, Folha, Jornal Nacional (TV Globo), Poder360, UOL repercutiram o relatório.

 

ClimaInfo, 25 de julho de 2022.

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