Biodiversidade: risco de extinção é maior do que o imaginado para diversas espécies, diz estudo

espécies ameaçadas de extinção
Lucas Bustamante/Ecuador Ministry of the Environment

Um estudo publicado na semana passada sugeriu que milhares de espécies de fauna e flora em todo o mundo podem estar sob risco maior de extinção do que o estimado por cientistas até agora. Isso porque os dados relativos à existência e à resiliência delas aos efeitos da perda de habitat e da mudança do clima estariam incompletos, o que impediria uma análise mais concreta sobre sua situação ecológica atual.

Como resultado, a lista de espécies ameaçadas ou em risco de extinção, editada pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN) todos os anos, pode ser ainda maior, com diversas espécies não-classificadas.

A IUCN avalia mais de 140 mil espécies com base em critérios como tamanho da população, tendências e ameaças. Muitas espécies acabam caindo em um limbo por falta de dados mais detalhados sobre sua situação: sem informações mais concretas, elas não são efetivamente colocadas na relação de espécies ameaçadas de extinção.

No entanto, os autores do estudo estimaram que um número substancial das 20 mil espécies com dados deficientes (DD) podem estar em condição de ameaça. De acordo com a análise, 85% dos anfíbios dentro da categoria de DD podem estar sob risco de extinção, assim como mais da metade dos mamíferos, répteis e insetos.

“No geral, o que é mais impressionante é que, em quase todas as áreas terrestres e costeiras do mundo, o risco médio de extinção seria maior se levássemos em conta as espécies com deficiência de dados”, disse Jan Borgelt, pesquisador da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia (NTNU), ao Guardian. A África Central, o sul da Ásia e a ilha de Madagascar são as regiões com o maior número de espécies DD em risco; já nos oceanos, até metade das espécies com dados deficientes que vivem na região costeira pode estar sob risco de extinção.

O estudo foi publicado na revista Communications Biology. A Reuters também repercutiu as constatações.

 

ClimaInfo, 8 de agosto de 2022.

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