Onda de calor e seca disseminam incêndios florestais na Europa

Europa incêndios florestais
NUNO ANDRÉ FERREIRA/EPA

O verão de 2022 na Europa está sendo marcado pelo forte calor e a seca intensa. Em todo o continente, de acordo com o Sistema Europeu de Informações sobre Incêndios Florestais, mais de 660 mil hectares de área foram queimados até o último dia 13, um território equivalente a ⅕ da Bélgica. O total queimado até aqui já está mais de três vezes acima da média observada entre 2006 e 2021. A soma dos focos de incêndio também é a maior em 16 anos, com 2,3 mil pontos registrados. A notícia é da Bloomberg.

Na Península Ibérica, os incêndios florestais que devastam o centro de Portugal estão gerando uma nuvem densa de fumaça que chega a atingir a capital da Espanha, Madri, a mais de 400 km de distância. De acordo com a Reuters, o incêndio começou no Parque Nacional da Serra da Estrela no último dia 6 e ganhou força nesta 2ª feira (15/8), forçando a evacuação de várias localidades. Mais de 1,1 mil bombeiros estão no combate às chamas, que já consumiram mais de 24 mil hectares, segundo o Público – 8.327 dos quais entre ontem (16) e segunda (15).

Já a Associated Press destacou a preocupação da principal entidade industrial da Alemanha com os reflexos da seca no rio Reno, que tem registrado níveis cada vez mais baixos nas últimas semanas. Autoridades alemãs afirmam que o rio ainda está navegável, mas a situação pode mudar nos próximos dias, especialmente se o calor se mantiver no oeste do país. Um eventual fechamento da hidrovia do Reno pode afetar significativamente a economia da Alemanha, que tem nesse rio um de seus principais canais para transporte comercial.

Em tempo 1: O forte calor também causa problemas no sudoeste da China. Por causa da demanda excessiva de energia e do secamente de reservatórios hidrelétricos, o governo da província de Sichuan determinou um racionamento de energia que implicará no fechamento temporário de fábricas no principal centro de produção de lítio do país. A temperatura máxima chegou a 42ºC na semana passada, afetando os quase 84 milhões de habitantes da província. Bloomberg e RFI deram mais informações.

Em tempo 2: A intensificação dos incêndios florestais em todo o mundo está criando um problema inesperado para os grandes observatórios astronômicos: localizados em áreas específicas, com condições meteorológicas médias quase que “sob medida”, essas estruturas agora sofrem com danos elétricos causados pelo rompimentos de cabos de força e dificuldades para observação espacial por obstrução atmosférica. Outros eventos extremos, como tempestades tropicais, nevascas e secas, também trazem dificuldades adicionais. O Wired abordou o assunto.

 

ClimaInfo, 17 de agosto de 2022.

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