Subsídios a combustíveis fósseis quase dobraram em 2021, alerta OCDE

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Um novo levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), feito a partir de dados da Agência Internacional de Energia (IEA), mostrou que os países continuam na contramão dos esforços necessários para se reduzir o consumo de combustíveis fósseis e evitar os efeitos mais perigosos das mudanças climáticas. De acordo com a análise, as principais economias do mundo aumentaram “drasticamente” o apoio à produção e ao consumo de carvão, petróleo e gás natural, com muitos países lutando para equilibrar compromissos climáticos e proteção dos consumidores aos efeitos da energia mais cara.

Os gastos governamentais para as fontes fósseis de energia quase dobraram no ano passado, saltando de US$ 362,4 bilhões em 2020 para US$ 697,2 bilhões em 2021. Em termos de transferências orçamentárias e incentivos fiscais, o rombo foi de US$ 190 bilhões, acima dos US$ 147 bilhões registrados um ano antes. Os subsídios propriamente ditos tiveram um salto ainda maior, passando de US$ 64 bilhões para US$ 190 bilhões. Já os incentivos diretos para o consumidor de combustíveis fósseis aumentaram para US$ 115 bilhões.

“A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia causou aumentos acentuados nos preços da energia e minou a segurança energética. Aumentos significativos nos subsídios aos combustíveis fósseis incentivam o consumo excessivo, embora não necessariamente atinjam as famílias de baixa renda”, observou o secretário-geral da OCDE, Martin Cormann. “Precisamos adotar medidas que protejam os consumidores dos impactos extremos das mudanças de mercado e forças geopolíticas de uma maneira que nos ajude também a nos manter no caminho da neutralidade do carbono, bem como da segurança energética e da acessibilidade”. O Valor destacou esses dados.

Enquanto isso, o empresário Elon Musk voltou a causar polêmica nesta 2a feira (29/8) ao defender o aumento da produção de combustíveis fósseis nas próximas décadas, mesmo com os alertas da comunidade científica sobre a necessidade de manter as reservas de petróleo, gás e carvão debaixo da terra para evitar um aquecimento global perigoso.

“Neste momento, precisamos de mais petróleo e gás, não menos, mas simultaneamente nos movendo o mais rápido que pudermos para uma economia de energia sustentável”, disse Musk durante evento na Noruega. Ao mesmo tempo, o dono da Tesla também defendeu a geração nuclear como uma alternativa rápida para garantir segurança energética com menos emissões de carbono. “Nós realmente devemos continuar com as usinas nucleares. Eu sei que isso pode ser uma visão impopular em alguns setores, mas eu acho que se você tem uma usina nuclear bem projetada, você não deve desligá-la, especialmente agora”. AFP, Bloomberg, Forbes, Estadão, Wall Street Journal e Valor repercutiram a fala de Musk.

 

ClimaInfo, 30 de agosto de 2022.

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