Enchentes históricas deixam mais de mil mortos no Paquistão

Paquistão enchentes históricas
AP Photo/Zahid Hussain)

As chuvas intensas que atingem o Paquistão neste verão já causaram a morte de mais de 1.000 pessoas desde junho, de acordo com o governo do país. Em diversas partes do país, o cenário é desastroso, com o colapso de construções, estradas e pontes, uma destruição parecida com a registrada em 2010, quando as chuvas mataram mais de 2 mil pessoas e deixou 1/5 do país submerso.

“Nunca vi tamanha enxurrada em minha vida pessoal e profissional. Os quatro cantos do Paquistão estão debaixo d’água. Peço a todos que venham à linha de frente e ajudem nos resgates”, pediu o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, enquanto visitava a província do Baluchistão, no oeste do país, a área mais afetada pelas chuvas.

Na mesma linha, a ministra de mudanças climáticas, Sherry Rehman, ressaltou que a potência da temporada atual de chuvas de monção é resultado direto das alterações no clima global. “No momento, estamos no marco zero da linha de frente de eventos climáticos extremos, em uma implacável cascata de ondas de calor, incêndios florestais, inundações-relâmpago, várias explosões de lagos glaciais, eventos de inundação e agora a monção monstruosa da década”, disse ela, em vídeo postado no Twitter.

A Reuters destacou as estimativas iniciais do impacto econômico das chuvas no Paquistão: ao menos US$ 10 bilhões, um montante que o país não tem e que, em meio à pior crise econômica da história recente, não tem a menor condição de custear sozinho. “É avassalador”, disse o ministro do exterior, Bilawal Bhutto-Zardari, citado pelo Guardian. “Espero que não apenas o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas a comunidade internacional e as agências internacionais realmente entendam o nível de devastação. Obviamente, isso terá um efeito sobre a situação econômica geral”.

Al-Jazeera, Associated Press, Bloomberg, CNN, Le Monde, Washington Post e Wall Street Journal, entre outros, abordaram a situação das chuvas no Paquistão.

Em tempo: Uma análise da empresa GHD estimou o custo potencial da intensificação de eventos climáticos extremos para a economia mundial. Até 2050, cerca de US$ 5,6 trilhões podem ser perdidos por conta do agravamento das secas, tempestades, e ondas de calor e frio. O grosso dessas perdas está nas duas maiores economias do mundo: nos EUA, o prejuízo pode chegar a US$ 3,7 trilhões nas próximas três décadas, o que representaria uma queda de 0,5% anual do PIB; já na China, as perdas seriam de US$ 1,1 trilhão. A notícia é da Reuters.

 

ClimaInfo, 30 de agosto de 2022.

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