As vagas de trabalho nos segmentos renováveis do setor energético global superaram os níveis pré-pandemia, em mais um sinal da vitalidade e da resiliência das fontes renováveis mesmo em um cenário econômico adverso na maior parte do mundo.
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), que divulgou um novo levantamento sobre o setor, a energia verde ultrapassou a marca de 50% de participação no total de postos de trabalho do setor, com quase ⅔ dos trabalhadores envolvidos na construção de novos projetos e na fabricação de tecnologias de energia limpa.
A maior parte desse crescimento se deve à expansão do mercado asiático de energia renovável, especialmente na China – país que responde por quase ⅓ da força de trabalho global de energia.
A expectativa é de que os “empregos verdes” sigam crescendo nessa região e tenham um impulso extra nos Estados Unidos depois da aprovação do pacote climático de US$ 370 bi pelo governo de Joe Biden.
Para o futuro, em todos os cenários, a IEA estimou um crescimento das vagas verdes no setor energético. Em um cenário de descarbonização total até 2050, 14 milhões de novos empregos poderão ser criados até o final desta década, enquanto outros 16 milhões de trabalhadores serão transferidos da indústria de energia fóssil para a de renováveis.
Mas nem tudo é notícia boa. A análise da IEA revelou o que podem ser as primeiras fissuras da explosão renovável no mercado de trabalho do setor energético. Enquanto a demanda deve seguir crescendo nos próximos anos, a indústria da energia renovável enfrenta desafios importantes que podem prejudicar seu crescimento no médio prazo, como os altos custos de insumos e as pressões inflacionárias. Ao mesmo tempo, o aumento nos incentivos e subsídios à energia fóssil também pode dificultar a transição do setor energético para as fontes renováveis.
“Países ao redor do mundo estão respondendo à crise atual buscando acelerar o crescimento das indústrias locais de energia renovável. As regiões que fizerem esse movimento verão um enorme crescimento de empregos”, defendeu Fatih Birol, diretor-executivo da IEA. “Aproveitar esta oportunidade requer trabalhadores qualificados. Governos, empresas, representantes trabalhistas e educadores devem se unir para desenvolver os programas e credenciamentos necessários para cultivar essa força de trabalho e garantir que os empregos criados sejam de qualidade que possam atrair uma mão-de-obra diversificada”.
Os dados da IEA sobre empregos verdes no setor energético foram repercutidos por veículos como Associated Press, Business Green, Climate Home e Washington Post, entre outros.
ClimaInfo, 9 de setembro de 2022.
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