Dados do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) do Imazon mostram um cenário assustador na Amazônia em 2022. De janeiro a agosto, foram derrubados quase 8 mil km2 de floresta, o maior índice nos últimos 15 anos. Somente em agosto, 1.415 km2 foram desmatados, uma área quatro vezes maior do que Belo Horizonte (MG).
Os estados que mais desmataram no último mês foram Pará (647 km2), Amazonas (289 km2) e Acre (173 km2). Juntos, eles somaram 78% do desmatamento registrado em 2022 até agora.
O balanço parcial de 2022 também consolida a explosão do desmatamento no governo de Jair Bolsonaro. Os piores números de desmatamento entre janeiro e agosto registrados pelo SAD aconteceram nos últimos quatro anos, com o total saltando de 4.234 km2 em 2019 para 7.943 km2 em 2022. Os três últimos agostos também ficaram no top 3 do desmatamento amazônico desde 2008, com o mês passado ficando na 3ª colocação (atrás de agosto de 2021, com 1.606 km2 desmatados, e de 2020, com 1.499 km2).
Outro dado preocupante está na degradação florestal causada pela extração de madeira e pelas queimadas. Enquanto a área degradada era de 18 km2 em agosto de 2021, no último mês ela atingiu 976 km2, uma alta de 5.322% de um ano para o outro.
Entre os estados com maior degradação florestal em agosto, destacam-se Mato Grosso (657 km2), Pará (240 km2) e Acre (28 km2).
“Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos de devastação da Amazônia, com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E infelizmente temos visto ações insuficientes para combater esse problema”, observou a pesquisadora do IMAZON Bianca Santos.
CBN, Correio Braziliense, g1, O Globo e Poder360, entre outros, repercutiram a notícia.
Em tempo: O Monitor da Floresta do PlenaMata calculou quantas árvores foram derrubadas na Amazônia em 2022 – mais de 400 milhões entre 1º de janeiro e 15 de setembro. Ou seja, estão sendo derrubadas em média 1,6 milhão de árvores por dia na floresta amazônica, 1.156 a cada minuto, 19 a cada segundo. No último mês, o ritmo ficou mais frenético: mais de 100 milhões de árvores foram derrubadas em pouco mais de um mês (34 dias).
ClimaInfo, 19 de setembro de 2022.
Clique aqui para receber em seu e-mail a Newsletter diária completa do ClimaInfo.
