Países vulneráveis querem taxa global para compensação de perdas e danos

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Amer Hussain/REUTERS

A abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, programada para esta 3a feira (20/9) em Nova York, deve iniciar o cabo-de-força entre países vulneráveis e desenvolvidos em torno da questão das perdas e danos, em um processo que culminará na próxima Conferência sobre o Clima (COP27), em novembro no Egito.

De acordo com o Guardian, um grupo de nações pobres mais vulneráveis aos efeitos da mudança do clima pretende propor uma taxa global “relacionada ao clima e baseada na justiça” como fórmula para financiar a compensação financeira por perdas e danos causados por eventos extremos no mundo em desenvolvimento. Pela proposta, esse valor poderia ser arrecadado por meio da taxação do carbono, de atividades econômicas altamente poluentes, como viagens aéreas e transporte marítimo, ou mesmo um imposto sobre transações financeiras internacionais.

O documento, que deve ser apresentado para análise dos países durante a Assembleia Geral, levanta também vantagens e desvantagens de cada instrumento possível, além de alternativas de captação de recursos dos países ricos por meio do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, além do setor privado.

Por falar na Assembleia Geral, a Associated Press e o Wall Street Journal fizeram um panorama geral dos principais temas e questões que deverão ser discutidos pelos chefes de Estado e de governo em NY. Além da questão climática, que deve ter algum espaço nos discursos oficiais, espera-se que a guerra entre Rússia e Ucrânia e a escalada dos preços dos combustíveis fósseis estejam presentes nas falas dos líderes internacionais.

Já sobre a COP27, o novo chefe da Convenção da ONU sobre o Clima (UNFCCC), Simon Stiell, discursou nesta 2ª feira (19/9) no plenário da Assembleia Geral, onde fez sua primeira manifestação formal no posto desde sua chegada, no final de agosto. Sucessor da mexicana Patricia Espinosa, Stiell defendeu que os países reconheçam a urgência da crise climática na Conferência de Sharm el-Sheikh e que não recuem em seus compromissos e ambição. O Climate Home repercutiu as falas de Stiell em NY.

 

ClimaInfo, 20 de setembro de 2022.

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