Que tal uma secretaria de emergência climática no novo governo?

secretaria de emergência climática
Greenpeace

A sociedade civil brasileira está buscando formas efetivas de introduzir a questão climática no aparato estatal brasileiro e Daniela Chiaretti escreve no Valor sobre a proposta de criação de uma secretaria especial de emergência climática ligada ao Presidente da República. A ideia ganha força em segmentos mais progressistas do empresariado, entre ambientalistas e pesquisadores. Entre os que defendem a proposta, a matéria cita Izabella Teixeira (ex-ministra do Meio Ambiente), Roberto Waack (presidente do Conselho do Instituto Arapyaú), Renata Piazzon (diretora do Instituto Arapyaú), Francisco Gaetani (ex-secretário-executivo do Ministério do Planejamento do governo Dilma), Marcello Brito (ex-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio, ABAG, e coordenador da Academia Global do Agronegócio da Fundação Dom Cabral). Simone Tebet também incorporou a ideia ao seu plano de governo.

A preocupação com a governança climática não vem do nada. Como escreve Emilio La Rovère, da COPPE-UFRJ, é necessário “reverter a tendência crescente das emissões de gases de efeito estufa do país para cumprir as reduções prometidas” junto ao Acordo de Paris. Em artigo publicado pela Época Negócios, La Rovère explica o Cenário Continuidade, recém lançado pela Iniciativa Clima e Desenvolvimento, e afirma estar “patente a importância do vencedor das próximas eleições presidenciais não apenas prometer, mas também ser capaz de concretizar uma reversão do processo de crescimento das emissões de GEE do país, e tomar as medidas para zerar a taxa anual de desmatamento em todos os biomas, com atenção especial à floresta amazônica.” Trata-se de um debate urgente: segundo o g1, o total de queimadas na Amazônia em menos de 9 meses de 2022 já superou o acumulado em todo o ano passado. Foram 76.587 focos de incêndio na região contra 75.090 em 2021, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Em tempo: Em caso de vitória, Lula terá enormes dificuldades na relação com o Congresso para efetivar sua política climática. É o que mostrou o levantamento feito pela Plataforma Farol Verde, que revelou que a maior parte dos candidatos que tentam se reeleger na Câmara ou no Senado teve um desempenho antiambiental na atual legislatura. A informação é da Folha.

 

ClimaInfo, 21 de setembro de 2022.

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