Retirada ilegal de madeira cresce 11 vezes em Terras Indígenas no Pará

22 de setembro de 2022
madeira extração ilegal
Polícia Federal

A extração ilegal de madeira avança na Amazônia, inclusive em áreas que deveriam estar sob proteção do poder público. Um levantamento divulgado pelo IMAZON nesta 4ª feira (21/9), Dia da Árvore, mostrou que a retirada de madeira cresceu 11 vezes em um ano em Terras Indígenas do Pará.

De acordo com a análise, a área com exploração madeireira em território indígena passou de 158 hectares entre agosto de 2019 e julho de 2020 para 1.720 hectares entre agosto de 2020 e julho de 2021 – um aumento acima de 1.000%.

O estudo revelou também que a retirada ilegal de madeira deixou de ser um problema exclusivo da Terra Indígena Baú e passou a impactar outras reservas – com destaque para a Terra Amanayé, a campeã no levantamento atual, com 1.255 hectares com exploração madeireira. Em seguida, estão as Terras Baú (205 ha), Sarauá (117 ha), Cachoeira Seca (94 ha) e Anambé (49 ha).

Da mesma forma, a extração madeireira ilegal também está atingindo diversas Unidades de Conservação (UC) no Pará. Entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram identificados 126 hectares com exploração não autorizada de madeira nestas áreas, com destaque para as Florestas Nacionais (FLONA) do Jamanxim (56 ha) e de Altamira (44 ha), além da Floresta Estadual de Iriri (18 ha) e do Parque Nacional do Jamanxim (7 ha).

“O aumento da exploração de madeira dentro das Terras Indígenas e o registro nas Unidades de Conservação é extremamente preocupante, pois indica que esses territórios que por lei devem ser protegidos com prioridade não estão recebendo a atenção necessária para barrar novas invasões”, observou o pesquisador do IMAZON Dalton Cardoso.

CartaCapital, CBN, Cultura e O Globo repercutiram a informação. 

Em tempo: Os Povos Indígenas e as Comunidades Tradicionais são os principais aliados na luta pela proteção do meio ambiente. O Globo e Valor destacaram dados do MapBiomas sobre o desmatamento em território indígena que explicitam esse papel: nos últimos 35 anos, enquanto a derrubada de árvores cresceu mais de 20% em áreas não indígenas, ela aumentou apenas 1,7% nestes territórios.

 

ClimaInfo, 22 de setembro de 2022.

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