Garimpeiros matam líder indígena na Terra Yanomami

6 de outubro de 2022
ataque indígenas Yanomami
Divulgação/Hutukara

Mais um episódio de violência e morte na Terra Indígena Yanomami, em Roraima. De acordo com a Hutukara Associação Yanomami, cerca de cinco pessoas da etnia Xirixana foram atacadas na madrugada do último domingo (2/10) na comunidade Napolepi por um grupo de garimpeiros. O ataque resultou na morte de um líder indígena e deixou um adolescente ferido. 

Segundo os indígenas, eles estavam em uma cantina quando foram abordados pelos criminosos. Os tiros dos garimpeiros atingiram Cleomar Xirixana na testa, matando-o na hora, e também um adolescente alvejado no rosto e na nuca. Para escapar dos agressores, alguns indígenas pularam no rio Uraricoera para se esconderem.

Não se sabe o que motivou o ataque. Segundo a Hutukara, o crime pode estar relacionado ao sumiço de uma caixa de bebida alcóolica; os garimpeiros acusam os indígenas de cometerem o furto.

“[Os indígenas] informaram também que os garimpeiros instalados próximos à comunidade de Napolepi negaram terem organizado o ataque, e que este teria sido promovido por garimpeiros membros da facção que estão instalados rio acima”, diz a nota, citada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI). O Brasil de Fato deu mais informações sobre o caso.

Ainda na Terra Yanomami, o g1 informou da detenção de um garimpeiro na última 4ª feira (5/10) que portava cerca de 970 gramas de ouro extraído ilegalmente da reserva. De acordo com a Polícia Militar de Roraima, que fez a apreensão, o garimpeiro atuaria na região do Baixo Mucajaí, em uma área de extração ilegal de ouro. Os pacotes apreendidos do metal foram estimados em mais de R$$ 277 mil.

Em tempo: O Brasil produziu mais de 52 toneladas de ouro com algum traço de ilegalidade em 2021, a maior parte extraído diretamente da Amazônia. O volume, 25% maior que em 2020, representa um novo recorde no país, de acordo com um estudo do Instituto Escolhas. O Brasil vende praticamente todo o ouro que produz no exterior, e seus principais compradores são Canadá (31%), Suíça (25%) e Reino Unido (15%). “Isto significa que estes países não têm como não serem contaminados pelo ouro manchado com sangue indígena ou crimes ambientais na Amazônia”, afirmou Larissa Rodrigues para o pela SwissInfo.

 

ClimaInfo, 07 de outubro de 2022.

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