Ásia fecha temporada de monções com recordes de chuva

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Adnan Abidi/Reuters

Índia, China e o sul da Ásia são o lar de quase 1/4 da humanidade. Parte importante da habitabilidade desta vasta região está nas temporadas de chuvas de monção, que acontecem durante os meses quentes e viabilizam a produção agrícola e abastecem algumas das maiores bacias hidrográficas do planeta. No entanto, a crise climática está deixando as monções mais erráticas: em algumas áreas, a chuva tão necessária não chega; em outras, chove como nunca choveu nos últimos séculos.

Henry Fountain e Saumya Khandelwal fizeram um balanço no NY Times sobre a temporada mais recente de chuvas no sul da Ásia. Ao mesmo tempo em que o Paquistão experimentou sua pior catástrofe climática da história, com chuvas que deixaram boa parte do país debaixo d’água, agricultores no interior da China e no oeste da Índia sofreram com uma incomum falta de chuvas.

Para os cientistas, as monções estão se tornando mais erráticas por conta da atmosfera mais quente, resultado do acúmulo de gases de efeito estufa liberados pela queima de combustível fóssil. O ar mais quente retém mais umidade, e a água em forma gasosa pode permanecer mais tempo na atmosfera, aumentando a duração dos períodos de seca; em compensação, quando o vapor d’água se transforma em chuva, ela cai com mais força e velocidade.

Outro ponto é a duração do período chuvoso. Mesmo com a Ásia se encaminhando para a temporada mais fria, as chuvas seguem implacáveis em algumas áreas do sul do continente. No norte da Índia, as monções dos últimos dias causaram pelo menos 18 mortes, de acordo com a Reuters. Ainda segundo a Reuters, a chuva fora de época pode trazer também problemas para a produção agrícola no país: a safra de arroz pode ser comprometida, o que deve intensificar a inflação de alimentos e, com isso, as restrições do governo indiano para a exportação de comida.

Em tempo: O furacão Julia atingiu a costa da Nicarágua no último domingo (9/10), causando chuva intensa, inundações e deslizamentos de terra. Mais fraca, a tempestade depois se moveu para El Salvador e Guatemala, onde também despejou bastante água. Até a 2ª feira à tarde, não havia relato de perdas humanas. No entanto, somente na Nicarágua, quase 10 mil pessoas tiveram de deixar suas casas para escapar do furacão. As chuvas também atingiram outros países centro-americanos, como Panamá, Honduras e Costa Rica.  Associated Press, Reuters e Washington Post deram mais informações.

 

ClimaInfo, 11 de outubro de 2022.

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