O governo da França foi multado mais uma vez pela justiça do país por não fazer o suficiente para melhorar a qualidade do ar de suas principais metrópoles. O principal tribunal administrativo francês impôs uma pena de cerca de 20 milhões de euros referentes aos níveis de poluição acima do recomendado observado entre o 2º semestre de 2021 e o 1º de 2022.
“Embora tenham sido observadas melhorias ao longo do tempo, os limites máximos que devem ser cumpridos desde 2010 para poluição por dióxido de nitrogênio ainda são violados em várias áreas da França, principalmente nas regiões urbanas de Paris, Lyon e Marselha”, afirmou o Conseil d’État francês. “Até o momento, as medidas tomadas pelo Estado não garantem que a qualidade do ar melhore para cumprir os limites de poluição no menor prazo possível”.
No ano passado, as autoridades francesas foram multadas pela primeira vez por descumprir sua própria legislação sobre poluição, com o pagamento de 10 milhões de euros. Bloomberg, Reuters e RFI repercutiram essa notícia.
Em tempo 1: A Bloomberg mostrou dados de um estudo feito por pesquisadores dos EUA sobre o impacto dos megaincêndios que varreram a costa oeste do país em 2020 nos índices de emissão de gases de efeito estufa. De acordo com a análise, o volume de poluentes liberados por esses incêndios na Califórnia foi igual ao dobro da quantidade de carbono reduzida no estado nas duas décadas anteriores. Em termos financeiros, os impactos foram de quase US$ 100 milhões para a economia californiana e de US$ 987 milhões para os EUA como um todo.
Em tempo 2: O ministro do meio ambiente do Iraque, Jassem al-Falahi, reconheceu que a poluição atmosférica associada à produção de combustíveis fósseis no país está diretamente relacionada com o aumento das taxas locais de câncer. Uma reportagem da BBC mostrou o drama de comunidades nos arredores dos campos de petróleo de Basra, que estão sofrendo com risco elevado de leucemia. Os gases liberados pela produção de petróleo e gás natural nessas áreas são perigosos, pois emitem uma mistura potente de dióxido de carbono, metano e fuligem preta. O representante do governo iraquiano afirmou que Bagdá está trabalhando com as empresas parceiras na exploração desses campos para “resolver” a situação.
ClimaInfo, 20 de outubro de 2022.
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